Sempre digo o mesmo. Não digo.
Não consigo dizer
nada
a ninguém
para nada
de outra forma de outra
tristeza
como alegria que se acaba
que caduca respirando
equivocada
por dizê-lo de algum modo
por dizer algo
e quem dirá já disse
que é grito gesto
temperatura
temperatura
que digo sempre o mesmo
Nada
E esta forma de morrer
de palavras nas pontas dos dedos
dos lábios que importa
se caem fogem reaparecem
se afundam apagam
e não ter mais respostas
não ter menos
ou mais você
para que tudo se
todas as coisas
andam dizendo tanto
que as vezes não chega
não te chegam
por isso já não direi
se soubesse se pudesse
dizer apenas
dizer quanto.
7 comentários:
E disse tudo!!
[]s
É, e as coisas bonitas cada vez menos ditas, mas continuemos tentando,...
Lindo mesmo Gabriel!!
É mesmo, disse tudo com interpretações diversas, tudo por diferentes caminhos e atalhos, pela poesia da palavra que disse.
Amei.
Gabriel, podemos falar para não dizer nada???
Transmitir esta idéia é bem do elitismo acadêmico que voce possui: não dizer nada, exceto o que quer ou pode ser dito...
"Nada" tem uma realidade: não é o que voce diz, é como voce diz.
"O que dizemos nem sempre se parece conosco" (sempre ele!) ou, como digo, a imagem do espelho não está nos olhos que veem...
Para mim, sobressai o trecho:
"... se soubesse se pudesse
dizer apenas
dizer quanto."
Sinto amigo, mas voce disse tudo.... rsrsrs
Beijo.
E voce nem disse nada....
O que responder se não sei dizer nada?
Tem comentários melhores que minhas respostas... Deve ser por isso que muitas vezes nem quero acrescentar nem uma palavra...
Obrigado (isso sim...)
Beijo.
Se voce conseguisse "ouvir" tuas palavras, não diria isso...
Mesmo respeitando tais bons comentários, peço, não pense assim! Se estou aqui, é por motivo óbvio: "ouvi-lo".
Beijo.
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