ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Oficina com Carlito Azevedo

Neste final de semana participei da oficina de poesia com Carlito Azevedo, em Jaraguá do Sul.
Além de muitas leituras, opiniões e aprendizado, resta o sentimento que estivemos na frente de um grande da nossa poesia... Sua tarde toda de trocas (e logo sua prolongação no bar...), foi a melhor poesia que aconteceu.
(Obrigado a todos...)

Carlito Azevedo nasceu no Rio e cursou a faculdade de letras na UFRJ. Publicou As Banhistas (1993), que tem como centro uma série de poemas com o mesmo título, que pode ser vista como o modelo de sua poética; Sob a Noite Física (1996); e Versos de Circunstância (2001). Em 2001, reuniu seus poemas na antologia Sublunar (1991-2001). Monodrama (2009).
Recebeu o Jabuti por seu primeiro livro, “Collapsus linguae”. Sua antologia “Sublunar” recebeu o Prêmio Alphonsus Guimarães da Biblioteca Nacional. Seu quarto livro, “Monodrama”, da 7 Letras, foi finalista do Telecom, e para muitos, o melhor livro de poesia dos últimos tempos. Agitador poético (é curador, com Augusto Massi, da coleção Ás de Colete, editada pela 7Letras e pela Cosac Naify, e mantém uma página mensal de poesia no jornal "O Globo"). Editor desde 1997 da revista de poesia Inimigo Rumor.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Amarelo

Experimentou diversos céus. Alguns claros, vivos, estrelados, com transparências finas de um azul admirável dentro do azul, intenso, eloquente. Outros vespertinos. Mas as velas na aba do chapéu de palha eram poucas para enxergá-lo, evocá-lo em cativeiro não alcançava. Colocou a culpa na tinta, no pincel, nos últimos tubos, na sua fome, um quadro por dia, na imperícia como artista. Naqueles corvos sobre o campo.
Com um brilho sedento então pintou a imóvel tristeza do seu rosto. Seu espelho parecia cristalizar, minucioso, cada detalhe de cada ruga que recém agora percebia por inteiro. Era amarelo, mesmo não conseguindo pintá-lo como realmente o distinguia. Não queria exprimir nada além disso, as vibrações misteriosas dos tons aproximados... Amarelo sol, trigo espesso, frutos amadurecendo, e outros quase sem cor. Começou com um entusiasmo que o fez não sentir o passar do tempo, sofrendo de prazer e ardor, se mexendo pouco, comendo alguma coisa por perto.
O rosto e os cabelos amarelos de cromo 1, a roupa amarela de cromo 2, a gravata amarela de cromo 3, num fundo amarelo de cromo 4. Amarelo primário, atormentado, cor-luz secundária, girassol, vaso com três, cinco, doze, quinze grandes girassóis amarelos, cadeira de palha, cachimbo, movimento circular em campo de trigais, a casa amarela, a cama amarela, a noite estrelada, telhados de palha muscosa, natureza morta com absinto verde-amarelo, seu quarto, a janela entreaberta, quadros que pendem, móveis em diagonal, calor intenso, jardim ensolarado, pontes, enxofre pálido, amarelo-surdo, ferruginosos de ocre, terra lavrada, xantopsia.
Na sala vazia, o violeta e o azul. Os últimos tubos na última tela, o peso de todas as cores.
Apenas lhe restavam forças para escrever mais uma carta a seu irmão.
- Sou eu mesmo – definiu – enlouquecido.
O vermelho era da sua orelha cortada, rasgada de raiva, intimidante inanimada, que demorou a estancar pela hemorragia. - Era a esquerda ou a direita? Perguntou-se frente ao espelho. O sangue sujou o caminho da escada que subia ao quarto. A colocou num envelope de lenço sem saber se a ofereceria à prostituta que compartilhava com seu amigo ou para ele mesmo. – Guarde com cuidado. Era minha –.
Sentiu, mais uma vez, remorso pelo seu trabalho tão pouco em harmonia com o que queria fazer. Eles tinham dividido as cores, a paixão pelas pinturas e os bordéis.
– Se fizesse cores exatas, totalmente fiéis, não produziria emoções – Justificou-se.
Subiu e deitou completamente envolto em lençóis manchados, encolhido, fetal, consolando-se com alucinada liberdade.
A casa amarela estava vermelha por dentro. A tristeza duraria para sempre.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Buenos Aires (Goofus Bird)



“Havia chegado a uma terra de fragmentos, perdida, um lugar de coisas para as quais não havia palavras e também um lugar de palavras que não correspondiam a coisa nenhuma.”
Paul Auster - Cidade de vidro

Caminho com o risco do imprevisível. A poucos metros da rua larga, o rio e o porto. Preto de óleo, água suja, fumaça e hálitos vencidos que o vento traz e abandona na lembrança. Agora é porto Madeiro, belo, caro, cuidado. Por cima, por baixo, e dentro de mim, Buenos Aires.
Demoramos em aceitar alguns fatos, não acreditamos totalmente que o tempo tenha transformado algo, deixando só alguns rastros e pistas da passagem. Quando voltei, lembrei que não haveria “mais penas nem esquecimento”. A letra do tango é uma meia verdade...
Regresso ao centro. Ao velho e novo centro de sempre, cerne de atrasos largos, metáforas. Meus olhos, que conviviam com sua rotina, parecem agora descobri-lo por primeira vez. Perdi algumas coisas por aqui... Era preciso voltar, recuar, e mesmo que minhas pisadas estejam definitivamente apagadas, ele me habita e convoca. A memória descontinua parece sonhar-se a si mesma. As dezesseis ruas do calçadão Florida são mais de sacolas, rumores, perfumes e ternos. Pessoas vêm um pouco mais atrás. Cotovelos são pára-choques da vulnerabilidade.
O outono fuma sem parar, e já não traga. Conheço essa atmosfera, a mesma geografia de monotonia variável, sua mitologia, mitos e lendas. Mas as coisas não me reconhecem. O céu continua coberto pelos descuidos da atenção, distrações da correria, que escapa nos pequenos fechos das antigas marquises. Ar de boemia portenha, cafés, livrarias e gente assobiando alguma música que já soube e agora ignoro. Mulheres lindas e das outras, parecidas, vestidas iguais, se olham, mais que os homens. Outras contrastam. Enquanto eles, sem tempo, correm; outros deitam, dormem ou vendem pequenas coisas, sentados nas saliências das ruas; marcando territórios. Mulheres com crianças estendem sua mão, e esperam. Crianças perambulam, algumas claramente sujas.
No metrô, os músicos tocam (ou trocam) suas lamúrias sonoras, por moedas. O tango se esconde em ambientes caros, que poucos conseguem frequentar.
Madrugada e tango, sombras sem domar. Desempregados fazem filas e circulam por ruas que mudaram de nome, cansadas de tanta gente. Algumas paredes continuam berrando desabafos abandonados, protestos silenciosos, de poucas palavras e de mesmas cores.
Pareço um estrangeiro; talvez o seja agora. Encontro pessoas, que aparecem no meio de outras pessoas, e me oferecem câmbio e couro. Devo estar diferente mesmo – penso –, levanto a gola do paletó, faço um gesto qualquer e coloco a mão no bolso para disfarçar.
Junto-me a milhares que tomam café em alguma esquina e lêem quase o mesmo jornal. O futebol continua alimentando cegas paixões e justificando frustrações, inimizades e guerras populares. A cidade é um animal indiferente. Já não há poesia que me espante.
Táxis rondam vítimas. Há vozes, que não parecem; são pontes entre abismos, solidões disfarçadas, duplicadas por celulares pendurados em alguma parte da aflição. Um bandoneón, com fundo eletrônico, faz a nova trilha, no meio do pó que se renova, e arrasta lembranças que teimam em evaporar-se. O casal dança na rua, e pede ajuda em cada passo que desenha. Da porta de uma loja, o funcionário arrisca um mate, parece entediado, mesmo com clientes. Um outro vigia, sempre sério, desconfiado, e não atende. Há barulho de queixas, bumbos, caçarolas e também de buzinas que se queixam porque quem faz barulho ainda atrapalha o trânsito. Ônibus, cachorros, muitos cachorros na rua. Abandonados ou amarrados, que nem buquê de flores canil; juntos, levados ao passeio pela mesma mão. Vejo alguns cinemas que agora são templos, outros já criaram uma nova religião, e os sebos continuam demorando gente. Ninguém me conhece; só reconheço o que mudou, o que já não está. O cheiro permanece naquilo que não enxergo. Chagas, triunfos, traições e um sofrimento mítico incorporado, convivem como escudo, entre a ironia do dia e alguma filosofia de mesa de bar.
Desconheço algumas palavras; elas tomaram outro rumo, vestiram outra roupa de camuflagem renovada. O sotaque diluído me separa ainda mais. A cidade é um pentagrama que persegue a própria voz, sem palavras, em fotos amarelas e flores secas. Nos restaurantes se esconde, dissimulada, a realidade que finge ser outra. E fica sempre rindo no outro lado da calçada. Espero para cruzar a Avenida Corrientes, enquanto dois policiais se cumprimentam com um beijo; o velho culto à amizade, intocável, incompreendidamente popular.
Paro na porta de um prédio na Rua Maipú e penso quantas vezes Borges entrou por aqui e olhou sem ver da sua varanda, o verde da Praça San Martin. Quantas vezes retratou ruas, personagens e costumes... Reinventando uma fundação mítica e poética, numa cartografia imaginária, labiríntica e apenas visível nos seus textos. E que se revelava com palavras, facas, pedra e pátios; subúrbios de rufiões e esquinas de compadritos. As muitas Buenos Aires pareciam gritar-lhe: Verbaliza-me! E assim o fez em inúmeros poemas e contos: “As ruas de Buenos Aires/ já são minhas entranhas./ Não as ávidas ruas,/ incômodas de turba e de agitação,/ mas as ruas entediadas do bairro,/ quase invisíveis de tão habituais...”. Aquela cidade já não existe. E o centro continua, segundo sua expressão: “um lugar pitoresco e desenraizado”.
Paro numa outra esquina, demoro a continuidade, e assisto o mundo passar... A cidade é, antes de tudo, um estado de afeição. Se algo não morreu, foi meu olhar, que procura, ávido, mas sem respostas. Acompanho a silhueta de paredes com meus dedos, com a mesma ternura de passar a mão em algo que dorme. Para que ela sinta, mas sem acordar. Um grito foge da boca. Depois, o passado cai da memória e fica na minha frente, provocante, mal-intencionado, de aparente liquidação. E nem assim consigo levá-lo... Teia de aranhas de lembranças, redemoinho de papéis à procura de um sentido.
Quantas Buenos Aires submersas? Onde se esconde aquela que perdi? (Ou se perde aquela que escondi?) Provavelmente nas múltiplas cidades que Calvino identificou: “... de quem passa sem entrar é uma; é outra para quem é aprisionado e não sai mais dali; uma é a cidade à qual se chega pela primeira vez, outra é a que se abandona para nunca mais retornar.”.
Tento recuperar sua (minha) memória como antropólogo urbano; suas (minhas) marcas que a identificam e promovem legitimidade. Até onde era minha?
Entro no cemitério da Recoleta, e ai, conto meu pé de realidade para quem queira me ouvir. Pergunto-me, onde estou? E uma voz feminina não me responde. E volto a perguntar-me, como sei que é feminina?
Uma cidade de camadas, de pó antigo e espanadores de espectros; que respira melhor de noite, azul, intensa e contornos vagos de persecuções e anonimatos. A nova em cima da velha, em cima da outra e da outra, mais velha, como pele de tinta fina ou tule, que cobre e abafa muitas outras. Verdadeiras caixas chinesas. O ar está sem anúncios nem gavetas para esvaziar, mas embaralhado, e revela de forma precária, hipotética, aquilo que nunca saberemos de nós. Como “Leônia”, uma das tantas Cidades invisíveis, e que se refaz todos os dias. Nela a gente acorda todas as manhãs em lençóis frescos, lava-se com sabonetes recém tirados das embalagens, veste roupões novíssimos... Só que quanto mais a cidade expele, pelas coisas que todos os dias joga fora para dar lugar às novas, mais coisas acumula; as escamas do seu passado se solidificam numa couraça impossível de tirar; renovando-se todos os dias, a cidade conserva-se em sua única forma definitiva: a do lixo de ontem que se junta ao lixo de dias, anos e lustros. De tanto querer ser nova, acumula, afasta de si o velho, e a ameaça de desmoronamento do que expurga é iminente. Basta que alguma coisa, qualquer coisa, pequena ou insignificante, se precipite, que afunde a cidade no passado que em vão tenta repelir, e vestir-se de nova. Aquela que segundo Piglia é “a cidade ausente” e está inserida cedendo lugar às múltiplas cidades internas que o imaginário humano é capaz de construir. E ficam na lembrança, em silêncio, do que possivelmente nunca foi, ou foi só para nós antes de perdê-la, nossas cidades particulares, embaixo das linhas do atual. Parece haver sempre duas maneiras de lê-la: uma a aumenta, a outra a anula em mistérios parcialmente revelados. E me perco em pactos secretos, vingado na memória das emoções. Perder-me é desdobrá-la.
Penso em outra coisa sem parar de pensar no mesmo, percebo o que acontece quando nada acontece, e ando para trás sem recobrar as asas. Embora pareça ter mais gente, faltam muitos e ficaram menos, marcados pela ausência. E nunca acabam por chegar. O culto ao que já não está, ao que já se foi, parece necessário, mas é doentio exumar eternamente o que não pára em si, e ainda teima, caprichoso, viver entre nós com o coração virado ao sul. E as coisas minúsculas, aparentemente despercebidas, hoje parecem poemas. Tenho que traduzi-la constantemente, enquanto ela se diverte assustando quem volta.
Todas as viagens são impossíveis...”, afirma o ensaio “Mapas Antigos”, original que possuo corrigido a mão e assinado pelo escritor Manuel Mujica Lainez, “... hoje que na despedaçada terra que rompem os caminhos e que as fronteiras se mobilizam orientadas por uma maré vermelha. Por isso, a tentação da viagem retrospectiva ao longo de cartografias remotas, tem hoje, mais do que nunca, um poder de realidade que deriva da vida irreal que vivemos. Não nos é dado ir à Itália, à França, à Alemanha de nossos dias. Nem com a imaginação podemos refazer as rotas que foram familiares, pois ignoramos se as estradas conduzem ainda para as mesmas cidades e se as cidades seguem sendo as mesmas. Uma nuvem espessa cobre o mapa atual do mundo.”
De tanto andar, suas ruas já são outras, como são outros os escritores que a decifram de tanto lê-la. Mesmo assim, fico com a sensação de que meu passado está a escassos segundos, e que sempre chego tarde para recuperar cheiros, rastros e obsessões num extenso inventário de silêncios, de fadigas, ausências e epitáfios.
Na ilha do dia anterior, de Umberto Eco, os visitantes não conseguem fixar um ponto no espaço no qual o tempo possa ser medido, tornando impossível inscrevê-la no presente. Tanto na ilha como naquelas tantas cidades que já não conseguimos possuir, o que vemos talvez não seja a mesma que os outros percebam.
A paisagem só alcança espelhar a visão do mundo de cada viajante. A saudade, um exagero do tempo que ele mesmo extrapola, é a porta giratória que nos devolve sempre a mesma entrada. Sou um viajante imóvel que pensou ir embora, mas que nunca conseguiu sair por completo. Dois mapas superpostos.
Que inventar então com as imagens e vozes contidas, que permanecem como fantasmas, nos vazios da memória? Como mapear, em que espelho enxergar o que já não existe? O passado continua se distanciando cada vez mais rápido; os dias são curtos, muito curtos para desfilar todos nossos mortos. Buenos Aires não passa mais pela mesma rua. A morte continua melhorando-nos constantemente.
E assim, como eu procurei por ela, sem sucesso, talvez ela também não tenha me reconhecido... Os dois continuaremos sem nos ver.
O Goofus Bird, pássaro que constrói o ninho ao contrário e voa para trás, porque não lhe importa aonde vai, mas sim onde esteve, parece querer voar, de forma infinita, sobre o mesmo que já não está.

domingo, 20 de novembro de 2011

Escrevo como calo

Não é a palavra fácil
que procuro.
Nem a difícil sentença,
aquela da morte,
a da fértil e definitiva solitude.
A que antecede este caminho sempre de repente.
Onde me esgueiro, me soletro,
em fantasias de pássaro, homem, serpente.

Procuro a palavra fóssil.
A palavra antes da palavra.

Procuro a palavra palavra
- Lindolf Bell (O código das águas)


Escrevo com as mãos vazias
que escavam a língua que já não escuta.
Traduzir seu tecido, o fiapo,
onde elas germinam,
corrói o papel,
atravessam a voz.

Já não falo nem calo...
A falta não perdoa vazios.

Recebe o que te peço:
(tão mesquinho e egoísta),
aquilo que não digo;
come desta fome que fica
e já não temos.
Não te chamo com letras
trincadas pelos dentes,
imito pausas de conversas,
traços, passos que não saem do lugar.
Desfaço o novelo da fala,
não importa o que eu faça,
roubo o som da palavra,
no gesto, no aceno mudo,
e te chamo sem chamar.

Com quanta nada se faz um pouco?

Replico atrás do poema:
escrevo como calo, te chamo,
e calo junto.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Cemitério Club


Deixas    flores
onde       está
quem      já passou,

e             nada,
nada       nada,

onde       fica
quem      está

(que       sou eu).

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Panorama Catarina, Literatura 2011

Algumas fotos na Livraria Livros & Livros (Forianópolis), do evento “Panorama Catarina: literatura 2011”, promovido pela pela Design Editora aos lançamentos destaques deste ano.
Adriana Nietzkar e Vanucci Deucher, de Jaraguá do Sul, autografaram “Uma Palavra Muda”; André Timm, de Chapecó, autografou “Insônia”, Melanie Peter, de Joinville, autografou “Persona” e eu com meus "Exercícios da Ausência" (e curiosamente, mesmo não levando nenhum outro livro da minha autoria, acabei autografando 3 "Borges e outras ficções"...)
Muitos escritores reconhecidos, como Amilcar Neves, colunista do DC e novo imortal da Academia Catarinense de Letras; Celestino Sachet (também da Academia Catarinense de Letras), a sempre presente amiga e escritora Regina Carvalho, Rubens da Cunha, escritor e colunista do "A ´Notícia", Dennis Radünz, Marco Vasques, João Chiodini, Inês Carmelita Lohn, Ana Hester, Augusto de Abreu, Bety Ossig, Luiz Carlos Amorim, Jair Francisco Hamms e muitos da Academia Desterrense de Letras. Em muitos outros Blogs poderão encontrar outras fotos (que também roubei, né regininha...?) e detalhes deste Panorama 2011 da nova escrita catarinense.
O Escritor e editor Carlos Schroeder acertou o tom deste encontro, com nuances de lançamento, bate-papo e premiação. Parabéns e obrigado a todos!

O Panorama Catarina no DC

sábado, 12 de novembro de 2011

Nada me fala

Teu silêncio exato,
seco de palavras,
diz o que diz
e também o que cala.

Mas isto não.

Escreve sobre o escrito,
perde a voz
e não diz nada.

Soletra apenas faltas.

Nada me fala.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Panorama Catarina Literatura 2011



No dia 10 de novembro, quinta-feira, fui convidado para o “Panorama Catarina de Literatura 2011”, que se realizará na capital do estado, Florianópolis. Escritores que tiveram seu lançamento neste ano e que merecem destaque nos gênero de poesia e conto, receberão um certificado de Livro Destaque.
E falando do meu livro, o escritor e também editor Carlos Schroeder, me encaminhou um e-mail onde o coordenador da FLIP de Paraty, Ovídio Poli Jr, da Feira Literária Internacional que acontece todo ano no estado de Rio de Janeiro, elogiou espontaneamente minha obra.

Segue o convite da Editora:



A Design Editora, com mais de cem títulos lançados desde 2006, promove o Panorama Catarina: Literatura 2011, uma mostra de literatura catarinense contemporânea que apresenta seus melhores livros de poesias e contos lançados em 2011.

Chapecó, Joinville, Jaraguá do Sul, Rio do Sul e Laguna marcam presença na mostra, que revela a força da literatura contemporânea produzida no estado. Quem pintar no evento leva as obras na faixa, e ainda bate um papo com os autores. Vai perder? Não, né? Então nos vemos dia 10 novembro 2011, quinta-feira, das 17:30h às 19:00h, na Livros & Livros do centro, Jerônimo Coelho 215, Florianópolis/SC.

A editora de Santa Catarina

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Encerrem as palavras e selem o livro..."

“... Ajudei, maquinei o episódio, permiti que os códigos ocultos surgissem através da minha criação. E no entanto, me sobra agora a sentença de que fiz muito pouco, embora toda minha escrita decorreu de uma ilusão vasta. Deformei, ninguém não imagina o quanto, a minha literatura. Minhas intenções me enganaram. Fui também concebido. Vaidade, tudo vaidade... Se de alguma coisa pode valer o meu desgosto, espero servir de lição. Agora meu dever é a esperança. Que meu colaborador destrua ‘minha obra’ restante, a transforme em fogo, para que depois eu possa juntar as cinzas, e criar uma obra melhor do que a anterior - apenas para ser destruída novamente. ‘Encerrem as palavras e selem o livro’. Peço também a indulgência do esquecimento.”

Explícito pedido no trecho final do testamento do escritor George de Burgos, personagem do meu conto "Daniel 12.4", no livro "A culpa é do Livro".

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nas tuas mãos

O que a vida esqueceu de dividir
está nas tuas mãos...
O que perdeu,
abrevio,
precipitou,
cai,
desaba inutilmente,
se não consegues dar.

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