Leio que um ano antes da morte do poeta Octavio Paz, sua biblioteca incendiou-se. Ele acordou no meio da madrugada graças à fumaça e descobriu que o fogo estava consumindo aquilo que tanto amava... A biblioteca de uma vida.
Não fico pensando o que terá sentido porque sei. Lamento saber. Já passei por isso, e não era fogo. As águas da enchente levaram, destruíram e apagaram as memórias de décadas da minha.
A biblioteca de Borges, de Babel, metáfora do Universo em sua infinitude, continua em cada um que por um motivo ou outro, ficou sem ela. Talvez exista um livro que revele, letra por letra, palavra por palavra, frase por frase, toda a história da nossa vida. Nele, até este texto estava publicado, e os outros, e tantos outros que ainda serão escritos.
Ainda procuro esse volume em outras estantes.