quando estás distraída?
Amar é ter asas
mas usá-las para ficar?
O que é chorar pelos ausentes?
Vazios de pele e lágrimas?
Como encontrar o rastro
do que não volta,
daquilo que não sai?
As datas avançam ou retrocedem?
E a vida, o que é
a vida? Quer tudo para si?
A memória tem o cheiro das coisas?
O que é uma despedida?,
perguntas
quando deixo flores em tua memória,
sem esperar ouvir as respostas.
6 comentários:
Lindo, lindo!
Arrepia... Para quem já passou por uma despedida, total ou parcial, não tem como não lembrar, se emocionar.
As flores de plástico não morrem, é verdade, porém as verdadeiras deixam algo do seu perfume na memória...
"As flores de plástico não morrem...", e eu pergunto: alguma vez estiveram vivas?
Também gostei muito, pela saudade, pelo triste, pelo real.
Bj.
Lembrou-me o livro das perguntas de Pablo neruda
Bom dia Gabriel!
Desde que pequenos, aprendemos a dar respostas a questões que nos apresentam. Penso que o mero responder pode consistir em um bloqueio no processo de criação, construção do conhecimento, pois não costumamos observar os limites de nossas respostas.
Poeticamente,
"...
Vai-se vivendo... vive-se demais,
E um dia chega em que tudo que somos
É apenas a saudade do que fomos..." (Raul de Leoni Ramos)
Ou ainda:
"El poeta escribe en la línea del agua,
y se asfixia,
y se ahoga." (Jorge Boccanera)
Talvez, nem queiramos as respostas de tuas perguntas...
Beijos.
Sandrio... Já colocaram justamente a mesma observação para este poema... Apenas um detalhe: enquanto as perguntas do Neruda eram individuais, estas fazem parte da mesma unidade e fio de argumento...
Obrigado!
Cassandra... Penso que fazer a pergunta certa é, por momentos, mais importante que a mesma resposta.
Gosto muito do Boccanera (tenho um livro muito bom dele...).
Apenas para incentivar os questionamentos e afirmar as dúvidas...
Beijo!
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