Nenhuma.
Não há final feliz
qualquer.
Nem outro amanhecer
sem dor.
Haveremos de continuar
sem lágrimas,
respirando a pouca luz,
este sonho,
a vida distraída,
a justiça prometida,
o sempre.
Perguntando-nos:
e se alguém estivesse invadindo?
e se alguém estivesse invadindo?
E se permanecesse aqui,
envolvendo, convidando...?
Alguém que não soubesse
que não há esperança,
apenas postergações da mesma dor,
apenas postergações da mesma dor,
e mesmo assim, resgatasse a fé,
o abandono, um antes e um depois,
como se importasse,
como importam,
as coisas que foram, caíram,
anteciparam sua morte, batendo,
batendo sempre a mesma porta,
e nós acuados, no canto, sem querer ouvir,
porque não há ninguém,
ninguém para atender,
para levar ou trazer
seu amor.
Não há.
3 comentários:
ADOREI! ADOREI!
ótimo poema! Dentro sempre da tua temática de abandono, dor e ausências.
(Porque me identifico tanto?)
O poeta é um fingidor?
Inerente ao poeta é o fragmentar-se em vários eus.
A aridez da vida é amenizada pela suave harmonia das cores do amor. Mesmo distante. Onda vai, onda vem. Esquerda, direita, sem decidir-se, sem pensar, sorrindo, chorando, sem sentido, silencioso como a vida.
Gostei muito, como já disse.
Beijo.
Cassandra... pena que vc não poderá "fragmentar-se" e estar hoje no debate sobre poesia no SESC.
de noite, no jornal da BA, terá uma reportagem minha sobre o tema...
Obrigado e beijo.
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