ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Colher amarga


Cada palavra
como colher amarga
que não serve nunca
até o fundo da boca
ate o fim da voz
segue dizendo esperando
interminavelmente
fundindo-se insuficiente
levando meu cansaço angustia medo
minhas noites todas
pedaços alongados
como uma demorada gota
suspensa enchida
tremendo palpável
ameaçando
pulsando caindo
você os outros
eu mesmo
em mim.

Um comentário:

Anônimo disse...

A colher amarga é o silêncio não dito ou a palavra que cala?
Bj.

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