Um dos poemas que o poeta Carlito Azevedo apresentou na sua oficina no ano passado, foi “o beijo” de C. Tarkos, poeta francês que morreu em 2004. Além da sua singular leitura, o poema, mesmo traduzido ao português, é uma incrível música aos ouvidos e às sensações...
O BEIJO
Um beijo. Eles se beijam. Ele toma sua boca em sua boca, ela toma sua boca em sua boca, eles se beijam. Ele abre seus lábios à sua boca, à sua língua, ela abre seus lábios aos seus lábios, à sua boca, à sua língua, ela gira sua língua em sua boca, ele gira sua língua em sua boca, ele descobre seu beijo, ela descobre a sensação de seu beijo, sua língua doce em sua boca, sua língua doce contra sua língua, ele envolve sua língua em sua língua, ele a mistura, ela gira sua língua contra sua língua, eles se beijam, ela a mistura, eles se misturam, ela cede sua boca à sua boca, eles se dão um beijo, ela lhe dá um beijo e sua língua, ele acaricia sua língua em sua boca, ela acaricia sua língua em sua boca, ela o deixa entrar, eles se amam, sua língua está em sua boca, ela mete sua língua em sua boca, seus lábios estão colados contra seus lábios, ela acaricia sua língua contra sua língua que gira em sua boca contra sua língua, acaricia sua língua contra sua língua quente e oferecida, ele mete sua língua em sua boca, e então eles se amam, eles se beijam.
2 comentários:
Eu fiz essa oficina. Engraçado, pela sua foto não estou lembrando de voce.
Foi em janeiro?
Meu caro... A foto é do autor do texto. Eu fiz essa oficina em Santa Catarina, pelo que vejo, você mora no Rio...
Mesmo assim, valeu para conhecer também seu Blog.
Abraço!
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