ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sábado, 29 de maio de 2010

Vidros


Sei,
teu coração late ao contrário
no descompasso
do que está indo, de tudo.
Os vidros quebrados
da janela
cortam e ferem o vento
da voz. Dói.
Não esperes nada
desta nada enorme.
Aqui estamos.
Aqui,
neste silêncio de antes,
nesta derrota dos olhos.
Maquiada, a lembrança vacila
e toda essa memória
quem sabe onde ira parar.
Vem,
vamos abrir a janela,
interrogar todos os vazios,
e como último assombro,
quebrar totalmente os vidros
e escrever num dos pedaços
com hálitos e dedos,
poemas, palavras efêmeras
para ninguém mais enxergar.

5 comentários:

kajub disse...

Só com um coração muito grande pode-se escrever assim.
Adorei.
Beijos

Gabriel Gómez disse...

Obrigado! Beijo também no coração.

Regina Carvalho disse...

Hum, com esta janela aí, foi feito especialmente pra mim, hehehe...
AMEI!

Gabriel Gómez disse...

É mesmo regininha... quantas janelas já vi no teu blog também... e o bom dela é que podemos ver tanto para dentro como para fora. Bj e obrigado.

ítalo puccini disse...

de fato, a janela é uma baita imagem,
e o poema,
melhor ainda.

excelente, gabriel!

abração!

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