ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Abuso


“É preciso encontrar: palavras, que servem de alimento ao hábito, mas que nos desviem destes objetos cujo conjunto nos atrela; objetos, que nos fazem escorregar do plano exterior (objetivo) à interioridade do sujeito.
Darei um só exemplo de palavra escorregadia. Digo PALAVRA: pode ser também a frase onde se insere a palavra, mas me limito à palavra silêncio. Da palavra ela já é, eu disse, a abolição do ruído que é a palavra; entre todas as palavras é a mais perversa, ou a mais poética: ela é a propria garantia de sua morte”.
Georges Bataille em “Experiência Interior” (na introdução do meu livro "Cerimônias do Silêncio")



Não,
o silêncio
apenas abusa em ouvir-se.
Nele a palavra
pássaro
não consegue voar.

O pássaro, sim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gabriel,

Há silêncios e silêncios. Os seus sempre falam/voam em profundas e raras dimensões.
Belo!
abs.

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