ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Rastro em mim

Uma lembrança em branco
resiste no teu nome.
Respiração artificial,
letárgica,
sem memória, letras
nem cores mentirosas.

Apopléctico de ti.

Chaga efêmera,
céu amordaçado,
boca dentro do afeto desaparecido.

Algo menos que
alguém que já não está. (mentira!)

Mentira,
não é preciso repeti-lo.
Não é tão simples este
silêncio de corpos,
de fúria, ausência recorrendo-me.
Imagem rasgada que volta, muito.
Voltas, despida, tanto,
como se não tivesses ido,
acesa, intensa,

rastro em mim.

5 comentários:

Cassandra disse...

..."O limite acumula fantasmas, rastros e ilusões. O tempo passa por ele com marcas."...(GG, claro)

O poder de um poema pode iluminar o coração pesado,
ou fazer uma lágrima escorrer...
As lágrimas que caem em algum lugar, algum dia,
são apenas as velhas verdades duradouras,
o grito de uma alma,
gotas do coração,
cujo abraço amigo amparou.
Le Jet d'Eau imortalizado sobre seu brilho cristalino,
dito de uma forma especial.
Nada dura para sempre e até lágrimas têm um final.
Devem cair e ser esquecidas.
O amanhã não lhe pertence!
Você está cheio de lágrimas?

Beijo.

Gabriel Gómez disse...

"...Sou quem escreve e se esconde.
Quem a si mesmo plagia.
O verdugo, a vitima e ator.
O mesmo que sempre volta
e não acaba nunca por chegar.
Quem descreve sua própria dor,
olhando os rostos dos outros."
(GG, fazer o quê?)
Beijo, obrigado.

Anônimo disse...

Entendi certo? Até a metade era negação, depois arrependimento e a confissão que não é bem assim...
Bom, cada um entende de um jeito e todas as interpretações estão certas, não é assim que vc sempre fala?

Cassandra disse...

Como pensei nestas tuas linhas...
"Quem descreve a própria dor,
Olhando nos olhos dos outros..."
Voce fala da realidade como fonte de inspiração, sem documentá-la em seus escritos.
É a arte de ser poeta...
Descreves a dor que já não te dói?
Pessoa referiu-se ao tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos...

Beijo!

Gabriel Gómez disse...

A dor também é uma viagem... Até certo ponto, inevitável... nela, somente os bravos chegaram; os covardes nunca partiram, e os fracos ficaram sempre pelo caminho...
Obrigado e beijo.

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