ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Da crônica da vida real


O investigador em inteligência artificial
desenvolveu um robô mensageiro
que transmite beijos a longa distância.
O dispositivo tem o formato de uma pequena bola
com lábios artificiais sensíveis ao tato.
A propaganda adverte que para que tudo funcione,
como no telefone,
se necessitam pelo menos dois.
Quando alguém quer beijar quem está longe,
segura o robô com paixão e beija seus lábios de silicone.
A outra parte faz o mesmo enquanto a pequena
maquina transmite o movimento de seus lábios
para quem está do outro lado.
Parece um beijo real, mas seu único defeito
é o barulho (assemelha-se a um porco),
o qual abaixa intensamente
o grau erótico da experiência.

Alguém poderia dizer-nos (ou perguntar ao inventor),
se é a solidão que faz
à maquina beijar
ou aproveitam a boca aberta
do mesmo bocejo?


(Extraído de uma notícia real)

3 comentários:

Anônimo disse...

Hahaha...
Esse é o Gabriel que eu gosto!
Bem-vindo!

Cassandra disse...

Boa noite Gabriel!

Considerando-se a não-ficção, penso que o beijo pode ser
roubado
desejado
apaixonado
molhado
sugado
que completa
mordido
envolvente
inesperado
gosto que dá gosto
voz que não fala
poesia, música
uma troca...
Diante do silêncio do inventor, não seria a solidão do próprio???

rsrs... em frente amigo!
Boa noite.

Rafael Castellar das Neves disse...

hahaha...boa Gabriel!! Muito boa e muito bem pensado...sem respostas para a pergunta..

[]s

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