ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sábado, 3 de julho de 2010

Nietzscheano


Sua montanha não se movia.
Não havia montanha,
nem Maomé.
Apenas a cárcere
desta convicção.
A fé coloca fé
onde não há nada;
a desdobra para dentro,
ignora aquilo que é verdade
e assim mesmo vai
sem ir.
Mal entrava o corpo na sua sombra,
Mal refugiava a oração na boca.
Mal soletrava a própria voz.
Ar puro, onde?
O vento gasta fisionomias.
A chuva morde
a fumaça de vida.
As viagens se desprendem
neste mapa de perder-se.
Fora do medo,
tem a beira
deste abismo para dançar.

2 comentários:

kajub disse...

Um beijo.

Maríndia disse...

Leio muito sobre e gostei do poema

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