De cada espaço ausente,
sua pequena morte.
Sequei a tinta
na boca antes da escrita,
para finalmente não ler
o que agora escrevo,
o que já esqueci
e se quebra na forma
quando disse.
A palavra é roupa.
Sou desenterrado pela
linguagem.
Escuto meu silêncio
dissolvido na saliva
que cala, geme e sofre
incurável.
O poema me engana.
Acordo sempre
com o gosto de sua voz.
A última palavra será
um olhar.
O que me ignora
não me deixa mentir.
4 comentários:
Roubei mais uns versinhos, como resistir? Esta é a maior sanção que poderias ter,deminha parte, né? bj
Sanção? Não... Privilegio!
Bj.
Em que situação desfavorável e desordenada o poeta encontra as coisas!
Mas o que interessa, é que ele tem coração para sentir e olhos para ver. Não tem medo do caos, porque sabe transmutá-lo numa nova ordem!
Obrigada Poeta!
Na verdade pegamos uma desordem para construir outra...
Obrigado pelas belas palavras!
Beijo!
Postar um comentário