ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Bordel

Flores plásticas num canto do quarto,
carne a mostra, cheiros, restos de algo,
algo seco, um outro de álcool,
com sede afunda o que já foi barco.

Sempre outra pele, nada e quase então,
como animais que pulam das sombras
para outras sombras traduzir a luz.
Dor por quase tudo, tatuado,

naufragam águas e desertos nus,
sem ordem, baralhados
corpos apressados para armar
o amor e depois
ir
quando já foram.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom, espero que agora coloques pelo menos este comentário!
Gosto muito também de procurar poesia onde parece não existir nada de poético. É saber olhar e parar para enxergar direito.
A poesia está em volta e apenas poucos sabem onde.

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