ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sábado, 21 de janeiro de 2012

O poeta no jornal

O jornal não sabia se publicava textualmente a declaração do poeta, depois da denuncia de alguns vizinhos ao escutar em alto e bom som o teor da discussão. Quando a policia entrou no caso, o casal não quis mais falar. Alguns leram com ironia, outros não entenderam suas palavras. Os dois apareceram levemente machucados na capa e como legenda, sua única defesa:
- Assim como dois frágeis e pequenos barcos quando amarrados juntos são levados pelas ondas e o vento, mesmo não querendo, se encostam, uma e outra vez, fazem barulho no cais. Assim.

4 comentários:

Cassandra disse...

Oi Gabriel.
A figura da barca sempre surge como simbolismo mais imediato na representação da vida.
Em Chuva Oblíqua (Ode Marítima), Pessoa diz:
"Todo o atracar, todo o largar de navio,
E' — sinto-o em mim como o meu sangue
Inconscientemente simbólico, terrivelmente
Ameaçador de significações metafísicas
Que pertubam em mim quem eu fui..."
Intrigante... assim.
Beijo.

Gabriel Gómez disse...

Oi Cassandra.
O simbolismo imediato da vida para mim (e acredito que seja a inspiração de muitos), sempre foi o rio... Mas aí você vê... A barca (a vida), encima da outra metáfora da vida... Deixa a vida me levar!

(Tenho que ler mais Pessoa e parar um pouco de querer interpretar pessoas)

Beijo e obrigado.

Anônimo disse...

Maria da Penha no poeta!
Gostei muito e dá para pensar também.

Anônimo disse...

De volta ao conto? Ou melhor, prosa poética. Gostei.
Esperamos por mais.

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