ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cartas


As cartas não contam nada
como alguns acreditam.

As cartas, como Rubem Alves disse,
são para que mãos separadas se toquem
na mesma folha.

Que separam?
Não sei.

Mas transbordam palavras,
perseguem histórias
e apenas sossegam
quando reveladas.

Que revelam?
Não sei.

Algumas, só lidas pelo fogo,
não chegam a outras mãos
e ardem mudas,
consumidas.

Que calam?
Não sei.

E voltam a guardar segredos
E se anunciam
com outros nomes,
outras tintas
e a mesma morte.

Assim como o silêncio?
Talvez.
(Não convém lembrá-los.)





4 comentários:

Cassandra disse...

Oi Gabriel!

Um dos temas apaixonantes, esquecidos em nosso cotidiano... elas contam silenciosamente e assim ficam... ouso utilizar Pessoa para interpretar "carta" pelos sentidos, não porque a defina, mas porque amo, e amo por isso, por não saber o que é, nem por que amo, nem o que é amar...
E voce consegue que "carta" esteja mais viva do que nunca! Como aquele final ("Talvez...") de seu conto... (peciso ler de novo!rsrs)
Lindo.
Obrigada.
Beijo.

Gabriel Gómez disse...

Pois é Cassandra...
De tanto em tanto releio algumas coisas e tenho vontade de trocar algumas palavras para mudar sua composição, seu final e assim continuar brincando (ou pensando) que somos apenas seu instrumento...

Beijo!

Anônimo disse...

O poema (e a poesia) é mutante, assim como todos nós.
Ela até consegue mudar pra melhor.
Enquanto nós...

Anônimo disse...

Gostei muito!!!

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