Caminhamos lentamente e em fila, para cruzar o rio. E nadar quando for necessário. A terra ainda é um lar. Um coro de pássaros nos acompanha e sossega nas pontas de cada haste. Não me perguntem como e onde nasceu o costume de apoiar a cabeça e o pescoço nas costas daquele que está na frente. Sei que facilita e o caminho parece mais leve. Mas hoje estou cansado. Já nem falar consigo. Peço desculpas, não aguento muito ser o primeiro. Levei uma mordida e agora estou sentindo. Nós não contamos os anos, apenas vemos se podemos fazer algo ou não. Não sei quantos estão atrás. As correntes estão aumentando e precisamos manter-nos atentos. Parecemos ariscos, mas quem nos ameaça está sempre de prontidão.
Vou dar um sinal e pedir para ser o último. Quem sabe aí eu possa me atrasar um pouco, até as águas ficarem vermelhas...
5 comentários:
Oi poeta!
Pobres homens que não sentiram as àguas beijando seus pés, cujos vestígios da memória isolou, agora assombrados pelo murmúrios das lágrimas azuis caindo sobre o chão vermelho, no ritmo aveludado de teus passos...
Obrigada sempre!
Beijo!
Obrigado também pelo comentário!
Beijo!
hehehe.... só eu mesmo...
Re-li agora meu comentário e ficou parecendo alheio a história por voce contada....
É que considerei a simbologia de que o cervo conduz para a luz divina e, por essa razão, um revelador e um mediador entre o Céu e a Terra.
No mundo das Artes e das Letras, o cervo é ainda o símbolo da prudência...
Talvez agora fique mais clara a interpretação que fiz....
Beijo!
Muito boa a interpretação da simbologia! Sabe que gosto disso.
Mas, as vezes, um cervo é apenas um cervo... rsrs
Beijo!
Com certeza!
E a Chiquinha é apenas a Chiquinha... hehe
Beijo.
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