Para esta voz que me resta
Para esta fé que vacila
Para a palavra a prova de balas
Para a bala de cada dia
Para esta nudez dos outros
Para esta boca apenas tua
(excessivamente minha)
Para os três tigres que a travam
Para a mágica que escondo
(a pomba apertada no peito
que já está morta na manga)
Para o que joguei fora engolindo
Para o sopro que me anima
Para o que já foi e ainda pulsa
Para o que intercepta tuas cartas
E os braços
nos abraços dos pássaros
E o preço do apreço
E o que não vale nunca
E que eu ainda pago
E o peso do que levo
E o que se desfaz nas mãos
Neste frio de fome
Nesta fome de corpo
Onde os dedos não voltam
E as águas não lavam
E esperam
E a fotografia de costas
Sorrindo timidamente
E teu nome
Descalço
Que nestas horas
Reabre o fechado e
corrige tudo.
2 comentários:
Gabriel
Tenho quase todos os teus livros -
um deles autografado.
Amo tua poesia.
Agora posso te seguir
Abraço!
Marlene
Muito obrigado Marlene!
seja sempre bem-vinda também com tuas visitas e comentários... A poesia nos põe em movimento.
Abraço também!
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