ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sábado, 28 de agosto de 2010

As coisas


As coisas
caem,
somem,
param.
Ficam
perdidas,
caem
caladas.
Por muito
tempo
não
respondem,
atrasam,
sem nome,
sem vontade
de ser
chamadas.
Não estão
onde estão.
Simulam
identidades,
pequenas
mortes,
invisibilidades.
E se arrependem,
aparecendo,
fingindo
que aí
sempre
estavam.

Um comentário:

kajub disse...

Tuas palavras anunciam o desencanto do homem diante do nada ou não-ser, aquilo que permite o homem tornar real o que não é.
As coisas suportam a “incompletude”, isto é, tudo aquilo que ainda não se tornou realidade para dar sentido à vida.

"Não há nada mais visível que o oculto".(Confúncio)

Beijo.

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