ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Fogueirinhas

Galeano contou
(e eu acredito)
que um homem conseguiu
subir aos céus
e de lá viu que somos
um mar de fogueirinhas.
Cada uma com sua luz
e não existem duas iguais.
Pequena, grande, de fogo quieto,
lento ou louco. Leves, quase apagam,
mas crescem. Ardem permanentes.
De todas as cores e intensidades.
Gente que nem percebe o vento
ou que enche de faíscas o ar.
Mas que alguns fogos são tolos,
não iluminam nem queimam.
Enquanto outros incendeiam
a vida,
com tanta vontade,
que é quase impossível
(tanto como possível),
olhar sem pestanejar.

5 comentários:

Cassandra disse...

Que sua luz continue a brilhar intensamente!

Beijo.

Anônimo disse...

Que lindo! Inspirador...
ótimo nesta época (e em todas).

Gabriel Gómez disse...

Já percebeu que as diferentes fogueirinhas, independente de tamanho, podem dividir sua luz (e até acender outras) e nem por isso ficar com menos intensidade...? Eis o tal "segredo"...
Que possamos repartir e somar todas aquelas que fazem sentido para nossa vida.
Obrigado e beijo!

Cassandra disse...

É verdade... e a gente acaba por "precisar" desta luz que faz sentido para nossa vida...

Neruda relacionou a "luz" com um de teus temas:

"...
Déjame que te hable también con tu silencio.
Claro como una lámpara, simple como un anillo
Eres como la noche, callada y constelada
Tu silencio és de estrella, tan lejano y sencillo.
..."

Vê a importância de repartir?

Nos encontros, nos retornos, no silêncio, ela brilha, nos faz companhia.

Obrigada.
Beijo.

nydia bonetti disse...

Gabriel, este poema é um poema de natal, pois nos lembra que somos luz. E pensar que tantas vezes andamos apagados - ou quase - e um vento forte soprando o tempo todo. Então, Feliz Natal! E que 2011 seja de equilibrio e paz, para todos nós. Abraços, Nydia

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