Do livro "Elogio da sombra"
(Percebam que a lista já começa pelo número 3 e pula propositalmente outros tantos...)
3 Desventurado o pobre de espírito, porque sob a terra será o que agora é na terra.
4 Desventurado aquele que chora, porque já tem o hábito miserável do pranto.
5 Felizes os que sabem que o sofrimento não é uma coroa de glória.
6 Não basta ser o último para ser alguma vez o primeiro.
7 Feliz o que não insiste em ter razão, porque ninguém a tem ou todos a têm.
8 Feliz o que perdoa aos outros e o que se perdoa a si mesmo.
9 Bem aventurados os mansos, porque não condescendem com a discórdia.
10 Bem-aventurados os que não têm fome de justiça, porque sabem que nossa sorte, adversa ou piedosa, é obra do acaso, que é inescrutável.
11 Bem-aventurados os misericordiosos, porque a sua felicidade está no exercício da misericórdia e não na esperança de um prêmio.
12 Bem-aventurados os de coração limpo, porque vêem Deus.
13 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque lhes importa mais a justiça do que o seu destino humano.
14 Ninguém é o sal da terra; ninguém, em algum momento da sua vida, não o é.
15 Que a luz de um candeeiro se acenda, mesmo que nenhum homem a veja. Deus vê-la-á.
16 Não há mandamento que não possa ser infringido, e também os que digo e os que os profetas disseram.
17 Aquele que matar pela causa da justiça, ou pela causa que ele acredita ser justa, não tem culpa.
18 Os atos dos homens não merecem nem o fogo nem os céus.
19 Não odeies o teu inimigo, porque, se o fizeres, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor que a tua paz.
20 Se te ofender a tua mão direita, perdoa-a;és o teu corpo e és a tua alma e é árduo ou impossível fixar a fronteira que os divide...
24 Não exageres o culto da verdade; não há homem que ao fim de um dia não tenha mentido com razão muitas vezes.
25 Não jures, porque qualquer juramento é uma ênfase.
26 Resiste ao mal, mas sem espanto e sem ira. A quem te ferir na face direita, podes oferecer-lhe a outra, sempre que não te mova o temor.
27 Eu não falo de vingança nem de perdões; o esquecimento é a única vingança e o único perdão.
28 Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.
29 Fazer o bem ao teu inimigo é a melhor forma de satisfazer a tua vaidade.
30 Não acumules ouro na terra, porque o ouro é pai do ócio, e este, da tristeza e do tédio.
31 Pensa que os outros são ou serão justos, e se não for assim, o erro não é teu.
32 Deus é mais generoso que os homens e os medirá com outra medida.
33 Dá o santo aos cães, deita as tuas pérolas aos porcos; o que importa é dar.
34 Procura pelo prazer de procurar, não pelo de encontrar...
39 A porta é que escolhe, não o homem.
40 Não julgues a árvore por seus frutos, nem o homem por suas obras; podem ser piores ou melhores.
41 Nada se constrói sobre a pedra e tudo sobre a areia, mas o nosso dever é construir como se a areia fosse pedra.
47 Feliz o pobre sem amargura ou o rico sem soberba.
48 Felizes os valentes, os que aceitam com ânimo similar a derrota ou as palmas.
49 Felizes os que guardam na memória palavras de Virgílio ou de Cristo, porque estas darão luz a seus dias.
50 Felizes os amados e os amantes e os que podem prescindir do amor.
51 Felizes os felizes.
3 Desventurado o pobre de espírito, porque sob a terra será o que agora é na terra.
4 Desventurado aquele que chora, porque já tem o hábito miserável do pranto.
5 Felizes os que sabem que o sofrimento não é uma coroa de glória.
6 Não basta ser o último para ser alguma vez o primeiro.
7 Feliz o que não insiste em ter razão, porque ninguém a tem ou todos a têm.
8 Feliz o que perdoa aos outros e o que se perdoa a si mesmo.
9 Bem aventurados os mansos, porque não condescendem com a discórdia.
10 Bem-aventurados os que não têm fome de justiça, porque sabem que nossa sorte, adversa ou piedosa, é obra do acaso, que é inescrutável.
11 Bem-aventurados os misericordiosos, porque a sua felicidade está no exercício da misericórdia e não na esperança de um prêmio.
12 Bem-aventurados os de coração limpo, porque vêem Deus.
13 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque lhes importa mais a justiça do que o seu destino humano.
14 Ninguém é o sal da terra; ninguém, em algum momento da sua vida, não o é.
15 Que a luz de um candeeiro se acenda, mesmo que nenhum homem a veja. Deus vê-la-á.
16 Não há mandamento que não possa ser infringido, e também os que digo e os que os profetas disseram.
17 Aquele que matar pela causa da justiça, ou pela causa que ele acredita ser justa, não tem culpa.
18 Os atos dos homens não merecem nem o fogo nem os céus.
19 Não odeies o teu inimigo, porque, se o fizeres, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor que a tua paz.
20 Se te ofender a tua mão direita, perdoa-a;és o teu corpo e és a tua alma e é árduo ou impossível fixar a fronteira que os divide...
24 Não exageres o culto da verdade; não há homem que ao fim de um dia não tenha mentido com razão muitas vezes.
25 Não jures, porque qualquer juramento é uma ênfase.
26 Resiste ao mal, mas sem espanto e sem ira. A quem te ferir na face direita, podes oferecer-lhe a outra, sempre que não te mova o temor.
27 Eu não falo de vingança nem de perdões; o esquecimento é a única vingança e o único perdão.
28 Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.
29 Fazer o bem ao teu inimigo é a melhor forma de satisfazer a tua vaidade.
30 Não acumules ouro na terra, porque o ouro é pai do ócio, e este, da tristeza e do tédio.
31 Pensa que os outros são ou serão justos, e se não for assim, o erro não é teu.
32 Deus é mais generoso que os homens e os medirá com outra medida.
33 Dá o santo aos cães, deita as tuas pérolas aos porcos; o que importa é dar.
34 Procura pelo prazer de procurar, não pelo de encontrar...
39 A porta é que escolhe, não o homem.
40 Não julgues a árvore por seus frutos, nem o homem por suas obras; podem ser piores ou melhores.
41 Nada se constrói sobre a pedra e tudo sobre a areia, mas o nosso dever é construir como se a areia fosse pedra.
47 Feliz o pobre sem amargura ou o rico sem soberba.
48 Felizes os valentes, os que aceitam com ânimo similar a derrota ou as palmas.
49 Felizes os que guardam na memória palavras de Virgílio ou de Cristo, porque estas darão luz a seus dias.
50 Felizes os amados e os amantes e os que podem prescindir do amor.
51 Felizes os felizes.
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