estarás sozinho
quando as horas
também partam
de ti.
Palavras
arrastam outras
(que outras coisas fazem,
além do que fazem?),
tão inúteis no seu empenho,
entre arritmias e saliva,
fogo triste,
que acaricia e alimenta.
E
na intempérie mais segura,
onde não te reconheças,
na frágil escada da página,
o poema parecerá contigo.
6 comentários:
o ato de ler e seus envolvimento com o leitor, não?
ficou ótemo, gabriel!
abraços.
É... O ato de ler e se enxergar num espelho.
Obrigado.
Abraço!
As palavras
que coisas fazem além do que fazem?
Emocionam, fazem pensar, como as tuas.
Palavras...leitor...espelho...escritor...é como o distorcido reflexo das estrelas sobre as ondas do mar...
Beijo.
É como se vestir nos outros... Ou vestir-nos deles. Ser o outro e o mesmo. Identificar-se. Pensar que alguém se adiantou em escrever o que outro também sente.
Num dos livros de Borges, pediu até desculpas por antecipar na sua escrita, poemas que poderiam ter sido escritos por tantos outros...
Beijo!
Amadinho né? Pensando em algumas de suas fotos, imagino ele pedindo desculpas por 'antecipar a escrita de poemas que poderiam ser escritos por outro(s)'! Mas não consigo imaginar alguém 'escrevendo COMO Borges'... Hoje a escola existe, mas só porque Borges escreveu!
Com certeza seríamos mais pobres se os escritores não nos ampliassem a visão...
Obrigada.
Beijo.
Postar um comentário