“... Ajudei, maquinei o episódio, permiti que os códigos ocultos surgissem através da minha criação. E no entanto, me sobra agora a sentença de que fiz muito pouco, embora toda minha escrita decorreu de uma ilusão vasta. Deformei, ninguém não imagina o quanto, a minha literatura. Minhas intenções me enganaram. Fui também concebido. Vaidade, tudo vaidade... Se de alguma coisa pode valer o meu desgosto, espero servir de lição. Agora meu dever é a esperança. Que meu colaborador destrua ‘minha obra’ restante, a transforme em fogo, para que depois eu possa juntar as cinzas, e criar uma obra melhor do que a anterior - apenas para ser destruída novamente. ‘Encerrem as palavras e selem o livro’. Peço também a indulgência do esquecimento.”
Explícito pedido no trecho final do testamento do escritor George de Burgos, personagem do meu conto "Daniel 12.4", no livro "A culpa é do Livro".
7 comentários:
Desconhecido por mim até agora
George de Burgos?
Finalmente seus detratores ficarão
sossegados com seu desaparecimento. Tanto sua literatura como o seu original sistema matemático que determinava e gerava sua escrita foram alvos de ilimitados, contundentes e imerecidos ataques literários.
Ninguém que reverenciou sua obra poderia esquecer as injustas e incisivas críticas publicadas por Harold Bloomer definindo sua produção de medíocre, “plagiador de Babel” e afirmando que não confiava em nada que poderia sair da sua “autoria”. Esta mesma escola do ressentimento criou pessoas que, em vez de apreciar sua grandeza artística, preferiram
espezinhá-la. Evidentemente não se constrói uma revolução literária desprezando novas metodologias. Seus inúmeros leitores não estavam preocupados na inexistência de qualquer processo de inspiração, criação, concepção e até de que maneira conseguia chegar a sua maravilhosa literatura. Alguns juízos de valor foram primeiramente questionados, mas a paixão e reverência pela sua bibliografia e a de muitos autores que se serviram desta foi maior.
Abraço.
Afinal, ele existe? Morreu?
Hola!
Entre lo sagrado y lo profano.
Monk místico y ciego ... nunca ha sido capaz de "aversión" al frente de tan admirable amante de las letras.
Sólo para confundir un poco, penso que Bloom era una leyenda, un rumor, una presencia vagamente malévola (o no) que se habla en tonos de asombro y envidia. Lo que no se puede pedir? Gracias por la oportunidad.
Espero que tengas una agradable tertulia con sus amigos literarios y vuelva pronto!
Besos.
Bloom, Bloomer ou Burgos?
Sera que ainda não sabe (mesmo que ainda eu não consiga escrever certo portugues...), que atualmente nem sei mais o espanhol?
Ou seja, um já perdi... O outro tento alcançar... Enquanto isso...
Amanhã a tertulia é capitalina...
Beijo, obrigado!
Gómez!!!
(Quanto ao espanhol, fica certo que sua "dificuldade" reside na minha "fluência". Em relação ao portugues... teus escritos que o revelem.)
Boa viagem.
Agora complicou mais ainda!
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