ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Assim


Assim.
A poesia
começaria
assim,
num céu
de papel
claro como este
(que conseguiria
descrever
tão bem
por nunca ter
estado nele).
E um espantalho,
que não assusta,
querendo voar
por ser dia
de folga.
E canta,
canta,
repartindo
o canto.
Inventando
galhos
e mãos
que pedem,
esperam,
e escolhem
pássaros
que dormem
cansados.
E terminaria
aqui,
bem aqui,
com um sol
que desce,
desce,
e olha
entreaberto,
esperando
sua leitura,
para depois
ocultar-se
lentamente,
como pálpebras
que caem
e deitam,
no horizonte
da página.


5 comentários:

Anônimo disse...

Você me surprEende com estilos diferentes... Vai de uma escrita densa (quase suicida de tanto silêncio) ao leve, claro e solto deste. Segundo como estou (pra cima ou pra baixo), gosto mais de um ou outro. Mas gosto sempre. Bj.

ítalo puccini disse...

assim a poesia começa e acontec. muito muito bom, gabriel!

grande abraço daqui!

Thyara Cristina disse...

te dedico: elogios. pois mesmo se fizesse não expressaria toda a sensação que é a poesia.

é isso! "boas lonjuras"...

Regina Carvalho disse...

Puxa, que cosneguiste uma imagem genial! Tou babando de inveja!
bj

Gabriel Gómez disse...

Obrigado!
Anônimo: Somos todos em um... Desconhecer-se um pouco é sempre bom...
Itá: Fico sempre feliz com teus comentários e visitas. Abração!
Thyara: Não sabe como o poema fica feliz com cada visita tua! Obrigado pelas palavras...
Regininha: inveja mesmo tenho de tua escrita diária contando e fluindo tua vida nela...
Beijos!

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