ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Desculpas


Desculpem, mas depois de escrever um livro, de concluí-lo (ou até como às vezes prefiro dizer: abandoná-lo finalmente), parece que as idéias também nos abandonam, não mais nos escolhem, passam a ignoram nossas mãos. Ficamos vazios de palavras e de cores. Pálidos, andamos no chão, voamos mais lentos. Definitivamente não estamos iguais.
Não resta nada a procurar, a vigiar; perde-se o sentido da dor que acompanhava, o tempo é outro, já não passa. Estamos rendidos, fora do transe, absorvidos, escondidos, novelos soltos voltando da ficção. E como numa sala de cinema, nem enxergamos as pequenas letras que atravessam quando volta de imediato à luz e o filme termina.
É nosso ritual... Saímos aos poucos... De olhos nus. Demorando a descobrir o que aparece entre sombras.
E agora, então? Agora...

A procurar a vida.

4 comentários:

Anônimo disse...

Isso é falta de inspiração? As musas não te abandonam... Lindo texto!

Qiah Salla disse...

No seu caso são livros e frases, eu sempre acredito que tem a TPE e a DPE Tensão pré Estréia, e Depressão pós Espetáculo, parece que tudo some, fica cinzento, Otimo texto

Gabriel Gómez disse...

É Qiah... Cada um com sua arte... Ela inunda, lava e parece logo nos abandonar... Mas apenas parece, pois continua invadindo por dentro e fora...
Abraço!

ítalo puccini disse...

são vazios necessários, não são?

abraços!

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