ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Água e fogo

Leio que um ano antes da morte do poeta Octavio Paz, sua biblioteca incendiou-se. Ele acordou no meio da madrugada graças à fumaça e descobriu que o fogo estava consumindo aquilo que tanto amava... A biblioteca de uma vida.
Não fico pensando o que terá sentido porque sei. Lamento saber. Já passei por isso, e não era fogo. As águas da enchente levaram, destruíram e apagaram as memórias de décadas da minha.
A biblioteca de Borges, de Babel, metáfora do Universo em sua infinitude, continua em cada um que por um motivo ou outro, ficou sem ela. Talvez exista um livro que revele, letra por letra, palavra por palavra, frase por frase, toda a história da nossa vida. Nele, até este texto estava publicado, e os outros, e tantos outros que ainda serão escritos.
Ainda procuro esse volume em outras estantes.

Um comentário:

Cassandra disse...

...
No sorvedouro que lhe coube testemunhar,
Acompanhar, combater, viver,
Buscou enlouquecidamente a mão
Que resgatasse, acariciasse,
E decorasse o vaso com espinhos molhados.

Absurdos os sentimentos contrários ancorados...
Contraditórios à vontade, ao ímpeto contido,
Ao grito atado à garganta, que não sai...
O silêncio impondo-se pela força da razão,
Pelo sal da lágrima, pela vontade de submergir.....

Sim, eu sei.
...
Abraço, com o coração.

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