ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sábado, 17 de abril de 2010

Borges e Kafka


Duas personalidades da literatura universal, o escritor argentino Jorge Luis Borges e o checo Franz Kafka, estarão juntos na Bienal de artes plásticas, foto e cinema de Buenos Aires, que será realizado na capital argentina entre os dias 19 e 30 de abril em diversos centros culturais.
Escritores e intelectuais de Argentina, Brasil, Uruguai, Bolívia e República Checa estarão reunidos num acontecimento que colocará em destaque a vida e obra de dois verdadeiros cânones da literatura mundial.
A importância da obra de Borges é reconhecida na seleta inclusão de 26 autores que marcaram a literatura mundial feita por Harold Bloom - "O Cânone Ocidental" . Bloom coloca Borges e Neruda (uma companhia que incomoda Borges) dentre os fundadores da literatura hispano americana do século 20. Escolhe o conto "A morte e Bússola" como favorita em o "Cânone", porém em “Como e Por Que Ler”, Bloom indica "Tlön, Uqbar, Orbis Tertius" como um exemplo de conto fantástico, sucessor de Kafka. Para ele, e nós, "Borges encanta-nos e transporta-nos a um mundo de forças impessoais onde a memória de Shakespeare constitui um imenso abismo, capaz de tragar-nos, fazendo com que percamos quaisquer resquícios da nossa pessoa, pg. 53". Bloom coloca Borges, Kafka e Becket (com quem dividiu o prêmio Formentor em 1961, porém Borges limitou-se a ler "Esperando Godot", sem apreciá-lo). Na análise crítica de Bloom, Borges não ocupará um papel central. "Uma comparação de seus contos com o de Kafka, não lhe é de modo algum lisonjeira, mas parece inevitável, em parte porque ele tão frequentemente invoca Kafka. O melhor de Beckett sustenta uma intensa releitura o contrário de Borges. Apesar disto de todos os autores latino-americanos do século 20 ele é o mais universal. Se lemos Borges com frequência e atenção, tornamo-os assim como borgesianos, porque lê-lo é ativar uma consciência da literatura na qual ele foi mais longe do que qualquer outro."

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