"Este é um livro sobre silêncios. Mesmo que muitas palavras faltem e outras pareçam dissecadas, aprisionadas, evasivas, envoltas de mais silêncio. Difícil de ser alcançado. Para alguns, ausência de som; para outros, a arte de escutar o que não é dito. Prefiro a invisibilidade da palavra e sua nudez.
De forma parcial, conseguimos contemplar apenas seu eco, habitado de forma residual, inefável, interior, primordial. Todos eles convergem e se afundam em palavras que prescindem. De um silêncio vão a outro, ao acabamento da linguagem perfeita, reduzindo e dissolvendo para diferenciar sua voz. Seu ir e vir persegue o inominável. E o prolonga, alternadamente, de forma infinita. Somos o grande ouvido daquilo que se deixa ouvir. E nos interpela ou transpassa..."
De forma parcial, conseguimos contemplar apenas seu eco, habitado de forma residual, inefável, interior, primordial. Todos eles convergem e se afundam em palavras que prescindem. De um silêncio vão a outro, ao acabamento da linguagem perfeita, reduzindo e dissolvendo para diferenciar sua voz. Seu ir e vir persegue o inominável. E o prolonga, alternadamente, de forma infinita. Somos o grande ouvido daquilo que se deixa ouvir. E nos interpela ou transpassa..."
Trecho da introdução do livro "Cerimônias do Silêncio".
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