ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brincadeiras infantis na ilha de Santa Catarina


No programa que participei na TVCOM "Estudio 36" em Florianópolis (que logo postarei aqui), fui entrevistado juntamente com a escritora e pesquisadora Telma Piacentini, autora de "Brincadeiras Infantis na ilha de Santa Catarina".
Brincadeiras de roda, pião, pandorga ou bola de gude encantam as crianças em qualquer época ou lugar. Representações dos jogos de infância estão presentes nas pinturas de Pieter Bruegel (1525-1569) e nos registros de Franklin Cascaes (1908-1983), feitos quatro séculos depois. Parte desse imaginário é o tema desta pesquisa.

O livro é resultado de um estudo sobre as esculturas em barro feitas pelo folclorista Franklin Cascaes, que retratam o legado das brincadeiras e brinquedos da Ilha, surgidos da mescla das heranças culturais luso-açoriana, negra e indígena. Seis esculturas estão publicadas em forma de lâminas avulsas numa reprodução das peças originais do acervo sob guarda do Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral, da UFSC.
Para a escritora catarinense a origem das brincadeiras locais está ligada à vasta tradição existente no Ocidente e Oriente. A pesquisadora estabelece relações entre os temas das obras de Cascaes e os jogos lúdicos retratados por artistas como Bruegel, Luca Cranach e Portinari. Segundo ela, algumas brincadeiras da Ilha registradas nas esculturas feitas pelo folclorista catarinense serviam como iniciação ao trabalho: meninos brincando de fabricar farinha de mandioca ou no engenho de açúcar, e meninas rendeiras preparando enxoval.
Com 96 páginas e prefácio de Gilka Girardello, o livro traz ainda verbetes explicativos sobre cada uma das brincadeiras – um trabalho feito pela arte-educadora Patrícia Guerreiro, que recorreu à bibliografia e a depoimentos de populares que traziam na memória lembranças dos jogos da infância.
Para Telma Piacentini, que também se dedica como artista à pintura, ao desenho e à gravura, “as brincadeiras infantis de Franklin Cascaes são como as manhãs de maio da Ilha: iluminadas”. Com Cavalinho de bambu, roda de aro, ciranda de roda e batizado de boneca, entre outras, elas fazem parte do “itinerário da magia”, define a autora.
Telma Anita Piacentini nasceu em Nova Veneza, SC, em 1947. Possui doutorados em Educação (USP) e em Pesquisa na Universitá Degli Studi de Ferrara (Itália) e, no mesmo campo de pesquisa, foi uma das criadoras do Museu do Brinquedo da UFSC, onde é professora da Pós-Graduação em Educação (PPGE/ UFSC).

Agradeço à escritora pela dedicatória e cordialidade de presentear-me com esta importante obra, além de encaminhar meus livros para a biblioteca da Barca dos Livros, localizada nas margens e proximidades da Lagoa da Conceição.

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