ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Prendo, rasgo e solto...

Então peguei as fotos e rasguei
até sangrar
unhas e figuras
que olhavam de dentro,
do fundo, despojos.

Uma, outra e outra vez.
Despedacei todas,
descasquei como
pele defunta,
até me ver partido,
até não ser possível.

O chão
caindo no meu corpo,
mosaico,
tempo,
vida.
Rompi com tanta precisão,
que não deixei dúvidas
que naquela hora,
minha alegria
tinha perdido
novamente
o corpo recém amado,
a cabeça.

Em vão.

Volto a colar tudo
com a mesma fita adesiva da memória.

3 comentários:

Cassandra disse...

É verdade.... amar é ter asas mas usá-las para ficar... e a re-montagem das fotos carrega um significado lindo!
Completa-se.
Beijos

Gabriel Gómez disse...

Na verdade, é sempre o mesmo procurando ser dito diferente...
Beijo e obrigado

Anônimo disse...

Cheio de imagens. Surpreendente.
Para quando seu novo livro?

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