ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Um pouco de Juan Gelman

Juan Gelman (Buenos Aires, 3 de Maio de 1930) é poeta, jornalista e tradutor argentino. É também, provavelmente, o mais importante poeta vivo da Argentina; vencedor do Prémio Cervantes em 2007, o mais importante da literatura em espanhol.
Tem uma pequena coletânea de poemas publicada em Portugal em 1998 pela editora Quetzal, "No avesso do mundo".
No Brasil há três edições de sua poesia: Amor que serena, termina? (antologia traduzida por Eric Nepomuceno), Isso (traduzido por Leonardo Gonçalves e Andityas Soares de Moura) e Com/posições (traduzido por Andityas Soares de Moura).


Um dos fatos marcantes da vida do poeta foi seu exilio, além de ter parentes e amigos desaparecidos pela ditadura militar e a neta raptada por um policial que trabalhava no campo de concentração uruguaio onde Marcelo (seu filho) e a nora (que chegou lá grávida) estava preso.
Tenho alguns CDs lendo seus poemas... Sua voz marcante, cresce na sua escrita, (escute Aqui).

O jogo em que nos metemos

Se me deixassem escolher, eu escolheria
Esta saúde de saber que estamos muito doentes,
esta fortuna de andar tão infelizes.

Se me deixassem escolher, eu escolheria
esta inocência de não ser um inocente,
esta pureza em que ando como impuro.

Se me deixassem escolher, eu escolheria
este amor com que odeio,
esta esperança que como pães desesperados.

Aqui acontece, senhores,
que eu jogo com a morte.


(de "El juego en que andamos")

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