Entre as diferentes criaturas literárias e mitológicas concebidas no “livro dos seres imaginários”, Borges descreve rapidamente uma curiosa ave, originária da fauna dos Estados Unidos:
“Não esqueçamos o Goofus Bird, pássaro que constrói o ninho ao contrário e voa para trás, porque não lhe importa aonde vai, mas sim onde esteve.”
Como seria construir o ninho ao contrário? E voar para trás, parecendo importar-lhe apenas o passado? Vendo as coisas regressarem e não se perdendo de vista... Como ir a algum lugar se só se volta deles? Pássaros com velhas fraquezas humanas, que apenas sentem o vento de frente passar pelas costas. E não conseguir virar a página, ainda que a vida ajude a empurrar.
Uma decisão tomada ou um temor que olha obsessivamente para o que já foi?
Por trás de voar para trás, o Goofus (e certas pessoas bird que copiam seus costumes), parecem temer a rota pela frente, e acabam querendo voltar de onde, ironicamente, nunca conseguiram sair.
Visitar o reino do desconhecido exige um vôo sem melancolia.
ESCRITOS DO GABRIEL
(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )
"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."
Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )
"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."
Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.
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