"O poeta e escritor Gabriel Gomez, autor de Borges e outras Ficções (2008), em sua obra “A culpa é do livro”, uma coletânea de dez narrativas deliciosas, cada uma contando uma história muito própria com relação a algum livro (a culpa por qualquer coisa é sempre do livro), em uma delas conta que se costumava escrever nos livros uma maldição para aquele que por ventura ousasse colocar as mãos no seu livro (“A quem furtar um livro da minha biblioteca, que se transforme em uma serpente em suas mãos e o subjugue, que seja atacado por paralisia e todos os seus membros sejam amaldiçoados. Que agonize em dor, gritando por perdão. Que não haja descanso para sua agonia, até que se afunde na dissolução. Que os vermes dos livros roam suas entranhas…”). Gomez mostra que cada livro tem para cada leitor uma importância visceral, formando, ambos, quase uma amalgama. Escreve ele em uma das narrativas (O bilhete perdido): “Cultivei o ato da leitura sabendo que nenhum livro é o primeiro, e nenhum é o último. Sempre percebi que formar uma biblioteca é um ato de criação; assim, como considero livros o principal instrumento da imaginação, não os leio tentando aprisionar o superficial. Todos esses livros são, para mim, companheiros vivos, que sorriem, choram, abusam, formam, acalentam, respiram. Minha surrada colcha de retalhos literários. Convivem pacificamente entre novos e velhos, lidos e esquecidos, clássicos e anônimos e valem pela satisfação que provocam em quem os têm nas mãos. Eu os sinto todos ligados a mim por laços invisíveis e remotos”. É a pura verdade, e como emprestar para alguém algo assim?"
Trecho do texto da jornalista Kelly de Souza, colaboradora da Revista da Cultura e Blog da Cultura. Leia o texto completo (e seus comentários) AQUI.
(Obrigado Kelly...!)
Um comentário:
muito bom, gabriel! gostei dessa leitura sobre teu livro, que é encantador na proposta que apresenta ao leitor.
grande abraço!
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