ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tradução


Meias palavras, olhares,
gestos apertados,
refúgios, silêncios,
segredos no vapor do ar.
Tudo aquilo que veste
e despiste a pele de nossas carências.
Do que falta. Do que falha.

O desejo.
Onde não estamos duas vezes iguais.
No não dito, no sussurro da mímica
que ostenta uma geometria sem nós.
Há uma corda com roupa seca
na casa abandonada,
e nela, uma calça guarda
um abismo no bolso.
Há outra corda feita de nó.
Nela amarro cada porém,
cada entretanto e todavia.
E volto a desamarrar.
A tradução é minha,
enquanto leio e
vejo que dormes.

O amor come da sua memória.

Tentar, etc...

Voltar,
onde nada sempre nos espera.

4 comentários:

kajub disse...

Sua poesia É, seus escritos abarcam o mundo e, embora não nos esclareça seus mistérios, nos eleva e enleva.
Lendo-as, nos transportamos a outros páramos. Quem le, não pode a elas ficar impune, à suas palavras ficar indiferente...
Beijos.

Anônimo disse...

Lindo!
O primeiro comentário já disse tudo.

Míriam disse...

"Há uma corda com roupa seca
na casa abandonada,
e nela, uma calça guarda
um abismo no bolso."

Adorei!!

Gabriel Gómez disse...

Kajub... Suas palavras, sempre generosas, acalmam minha poesia... Obrigado sempre.
Anônimo...
Miriam... Seja Bem-vinda...
Obrigado gente!

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