ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma resposta que virou conto...


Naquele post da tirinha de Mafalda, eu respondi (em espanhol) para Jaez Jarbas que amar a edição de um livro cria um fato estético... e que ele não seria possivelmente, o mesmo que o autor imaginou... Vejam o que ele respondeu e mereceu este destaque... Um conto erótico? Uma historia de amor (ou desamor) com um livro e sua leitura? Quantas vezes um clássico não representa nada para nosso prazer? É melhor ler e cada um tirar sua conclusão...

“Amar una edición de un libro, leyéndola, hasta que se produzca el hecho estético” La tomé amorosamente entre mis manos. Su lomo era muy bello, verde y rosa, con adornos dorados. Parecía el dorso de una mujer hermosa, con su espalda bifurcándose suavemente, hasta dividirse en dos nalgas pulposas. Era una edición cuidadosa y delicada. Tapa y contratapa se dividían en solapas, con un comentario sumario, en la primera, sobre su contenido, que parecia una sonrisa de una hembra sensual, en su primera apertura hacia un sexo hinebriante. Y outro comentário, en La contratapa, sobre el autor, semejando un escote prometedor y sugerente, con su hendija vertiginosa. En frente, solo su nombre, como un prendedor pequeño o un identificador.Yo me encontraba excitado como un adolescente, al que una dama misteriosa y encantadora, lo encoraja a descubrirla, descifrarla, recorrerla, desnudarla lentamente, para por fin, penetrarla y gozarla hasta la reciprocidad. La acaricié primero lentamente con mi vista. La olisquié con fruición, sintiendo su perfume que reconocí de otras ediciones, desde mi infancia. Me hizo recordar a Heidy, Mujercitas, Jane Eyre, “Madame Bovary”, todas las ediciones pulp de “Pandora” y “Memorias de una princeas rusa”, hasta La coreográfica “Justine”. Entrecerré un poço mis ojos, recordando con fruición, tantos momentos de casto onanismo literario, primigeniamente y frenéticas masturbaciones dolorosas y frustrantes, después. El amado olor a tinta de libro, me produjo ensoñación. Por fin la abri, como a una vulva ansiada y postergada por preliminares pareciendo interminables y comencé a leerla. La recorri como a una mujer a la que se vuelve, después de muchos años de desgaste conyugal, creyendo que puede ser otra, pero es la misma, solo que peor de lo que uno recordaba. Esta edición de este libro, me produjo una reacción muy cruel, estaba diciéndome, como si fuese una vieja mujer, desdentada, arrugada, flácida y maloliente: “-No insistas; no me amas, no te gusto, casi te repugno...”Y yo: “-Si, es verdad. Es más; me hablaron tanto de ti, después que te abandoné, la primera vez, que te creí el mejor hallazgo del mundo. Pero nunca me gustaste, nunca me despertaste el más mínimo interes. Nunca te entendi y nunca te amé. Intentaron imponerme el deseo por ti, con los más elocuentes argumentos, pero no hay caso. Tantas otras veces volvi a ti, pensando con insensato sentimiento de culpa, que soy yo el idiota insensible e ignorante, que no sabe valorarte. Si tantas voces autorizadas y eruditas, dignas del mayor respeto, conocedoras de tu índole, te ponderan como a una joya rara, ejemplo de belleza y profundidad impares, por qué yo nunca conseguí entenderte, apreciarte y valorarte en todas tus famosas cualidades? Por fin, me he respondido, absolviéndome definitívamente; “- Me importa un bledo. No me gustás, no te entiendo, no te amé, no te amo, nunca te amaré y no me interesás en lo más mínimo, por mucho que te ponderen. Y me parecés la cosa más aburrida del mundo, casi como chupar un clavo, Finnegan´s Wake.

Jaez Jarbas

3 comentários:

Anônimo disse...

Realmente fiquei surpreso, mas não do jeito que esperava. É mais de mim mesmo. Que tédio, caro amigo!Sinto muito pelos que percam seu valioso tempo. Mas, obrigado pelo destaque imerecido. A garrafa está no mar, com a mensagem dentro. A que praia chegará ? Ficará boiando por toda a Eternidade? Será engolida por uma baléia como Jonas ? Todo texto é isso, não é ? Os de Kafka quase foram queimados, não fosse seu atento e atencioso amigo Max Brod. Deus me livre, salvcar essa distância e comparar esta minha bobagem humorística com essas outras maravilhas !
Prometo não insistir com o assunto.
Amem
Jaez Jarbas.
26/03/2010

Gabriel Gómez disse...

Bom... Agora em português então... Tudo acrescenta, mesmo que seja ar contido. Lembrei de um conto do meu primeiro livro onde existe um ladrão de cheiros de livros... “O cheiro dos mais antigos era seu balsamo preferido. Um simples aroma de livro no ar era capaz de trazer de volta uma carga emocional semelhante a seu desespero por possuí-lo. Mas detestava livros todos certos e arrumados, quase formatados. Gostava deles marcados, de preferência surrados de tão lidos, usados, para assim lê-los pelos olhos de muitos, mas com uma liberdade escondida só dele...” O conto relata a história deste “tarado” por cheiros de publicações antigas e seu descobrimento para justamente roubá-lhes esta característica, matando, porém, seus personagens... Apenas para deixar uma pontinha de curiosidade digo que ia tudo muito bem até encontrar os livros de Poe...
Bom... Referente a seu comentário respondo: O que é um livro se não uma garrafa atirada com desespero em pleno mar, com o pedido de “apanhe quem puder”?
Abraço

Gabriel Gómez disse...

Acredito que os blogueiros não podem perder esta conversa, que começou em espanhol e agora está em português, no post da tirinha da Mafalda de segunda-feira passada. Está valendo a pena... Acompanhem.

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