Quanto mais escrevo,
mais apaga e desdiz a mão.
Habito em muitos cadernos de
coisas que não digo.
Para que dizê-las?
Escrevo enquanto durmo
e morro antes de acordar,
mesmo antes de morrer.
Urino sangue, tinta,
com a mesma intensidade
de um grito.
Porque sem querer, quero.
Sem falar, escrevo, para moldar
a palavra com a mão que encontro.
O que está ao alcance da boca
é parte dessa voz.
Recrio Deus em alheios entulhos,
entre o branco do papel
e o preto gasto de afundar o escrito.
As palavras organizam a queima dos fôlegos
e aproveitam as cinzas que silenciaram
para fazer sua poesia.
mais apaga e desdiz a mão.
Habito em muitos cadernos de
coisas que não digo.
Para que dizê-las?
Escrevo enquanto durmo
e morro antes de acordar,
mesmo antes de morrer.
Urino sangue, tinta,
com a mesma intensidade
de um grito.
Porque sem querer, quero.
Sem falar, escrevo, para moldar
a palavra com a mão que encontro.
O que está ao alcance da boca
é parte dessa voz.
Recrio Deus em alheios entulhos,
entre o branco do papel
e o preto gasto de afundar o escrito.
As palavras organizam a queima dos fôlegos
e aproveitam as cinzas que silenciaram
para fazer sua poesia.
Calar não é mais possível.
7 comentários:
este pensar a palavra,
dizê-la e desdizê-la,
um vício mesmo.
grande abraço!
Para sempre vivam as visceralidades borgeanas!
Belíssimo!
Minha mão desdize e a de vocês escreve esta beleza de comentários... Obrigado!
Abraços...
Maria... falando em "borgeanas", gostaria que leia o poema "Borges na biblioteca" do dia 19 de maio, que escrevi na sua homenagem...
Adorei! Vou colocar no meu blog tb. Se não puder, me avise.
Abs,
Fica a vontade...
Agradeço tua visita e ainda colocar meus escritos nos teus...
Abraço e obrigado.
Ih,melhor dar opinião por email!
Vai ser comprida!(e não muito positiva!)
bj
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