Minha máquina de escrever
é a mão.
Seu desejo explode entre meus dedos
amputados em frases que evito falar
e não sabem como não dizer.
A palavra limita
imita
recusa
improvisa
e pouco se parece com aquilo que sentimos.
O invisível fala,
mas nunca expõe tudo,
não revela
não traça
não (me) traduz.
é a mão.
Seu desejo explode entre meus dedos
amputados em frases que evito falar
e não sabem como não dizer.
A palavra limita
imita
recusa
improvisa
e pouco se parece com aquilo que sentimos.
O invisível fala,
mas nunca expõe tudo,
não revela
não traça
não (me) traduz.
Salvo o poema que não escrevo.
Do livro "Cerimônias do Silêncio"
3 comentários:
um dos que mais gosto!
essa da máquina de escrever ser a mão.
e do poema que não é escrito.
bárbaro!
abração, gabriel.
E o que limita é também o que nos faz agonizar.
Belíssimo!
abs.
Oi, Gabriel
Tem razão...não comentei mais aqui. É que ultimamente tenho feito apenas comentários mentais (assim não vale né, rs).
Mas é sempre bom vir passear pelas suas palavras. Você também é um menino carregando água na peneira.
:)
Beijo
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