ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Chegados


Novas palavras
revelam silêncios recém chegados,
recém ocultos na língua.
Embaixo da voz, em voz baixa,
impossível não respirá-los.
Tudo tem nome,
mas não coincide.
Silêncios nascem como cartas
nunca escritas,
queimadas na garganta
ou pedras, quadros negros
abandonados na boca.
Alimentam promessas
nos olhos.
Morrem como pássaros mudos,
cantando.


Do livro "Cerimônias do Silêncio".

3 comentários:

Roberta Ávila disse...

Adoro quando você fala do indizível e adorei a relação com o quadro. =D

Abs!

Gabriel Gómez disse...

Roberta: Adoro quando você comenta o que eu não consigo dizer...
Beijo e obrigado!

Regina Carvalho disse...

Ando também em fase Kandinsky, e foi bonito encontrá-lo aqui, acompanhado de lindo poema! Perfeito!
bj

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