ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O que um poeta não vê não aconteceu

  • O poeta deve ser aquele que percebe o que já aconteceu para antecipar aquilo que será. Portanto, não sofre realmente, apenas se lembra; e não faz nada, porque ainda o precisa predizer.
  • O que mais prezo no verdadeiro poeta é aquilo que ele, por soberba, omite.
  • O que um poeta não vê não aconteceu.
  • Eu não sou poeta, pois não sei calar. Mas muitas pessoas dentro de mim – que eu não conheço – calam. Suas irrupções eventuais me tornam um poeta.
  • Nada se compara às palavras, sua deturpação me tortura como se fossem criaturas sensíveis à dor. Um escritor que não sabe disso é, para mim, um ser incompreensível.
  • Sem a desordem da leitura não existe poeta.
  • Se os poetas não se apoiarem entre si – o que restará deles?

    Trecho do livro “Sobre escritores”, de Elias Canetti (1905 - 1994) Prêmio Nobel de Literatura 1981.

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