ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Privadas palavras


(Hoje viajo para Argentina, enquanto isso, deixo um poeminha...)

Abri as torneiras
de privadas palavras,
de cor ferrugem,
esquecidas,
sem ar.

Uma a uma
se perdem
de costas
pelo ralo.

Para que escrevê-las?

Já alcança
vê-las cair,
prolongadas
nos respingos
da tua ausência.

4 comentários:

ítalo puccini disse...

para que escrevê-las,
não é mesmo?

talvez para nada.
apenas para elas irem assim pelo ralo.

há convite para haicai lá no blog, gabriel.

grande abraço!

Regina Carvalho disse...

Neste momento exato, foi como se eu mesma as tivesse escrito.
Obrigada por falar por mim, poeta!
bj

Gabriel Gómez disse...

Obrigado... É muito bom voltar do frio e neve do sul da Argentina e encontrar o calor de vocês... Abraços.

José Carlos Brandão disse...

O poema sempre recupera uma ausência.
Abraços.

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