ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Só a palavra não basta


A bom entendedor só a palavra não basta.

O ar que aspira,
e antecede a voz,
tropeça na língua,
levanta bandeiras,
chove saliva,
caricia o perto,
acende os lábios,
absorve gestos,
engole, morde

sem dizer ainda nada.

Sabe que o silêncio
é uma arma

carregada de vozes.

5 comentários:

Regina Carvalho disse...

Tou roubando um pedaço!
Não ouse reclamar!
bj

Gabriel Gómez disse...

Que chique... Estou na ParaÍba agora?
Bj

Anônimo disse...

Tua poesia é sempre carregada de silêncios!
Leio, volto a ler e sempre encontro algo novo.

Cassandra disse...

Vamos registrar nosso abraço no Dia do Poeta!

O poeta canta a dor consumindo-a nas entranhas, parindo-a a cada palavra.
Vendo-o, o sol esconde-se para chorar, porque a dor do poeta,
É a dor de quem vê mais longe, que mora nas asas do tempo.
Ao cantar a liberdade o poeta silencia,
Ora convidando o mar para se revoltar, ora cantando com ele uma doce canção.
Quando canta a paz, apaga a guerra, esconde o ódio e o rancor,
Usando uma tinta especial que não pode ser vista por qualquer um,
Só pelos que acreditam ser possível viver num mundo onde os homens são todos irmãos.
Quando é do amor que fala, arde no desejo de quem sabe que o amor é louco
E canta com a sua pena a entrega sôfrega dos amantes
Que guiados pela sede dos sentidos se entregam aos prazeres mais sentidos.
Assim, o poeta vive para sempre no coração daqueles que ousam ver
Para além do que os olhos vêem:
Vive no brilho do sol, no som do mar, na eclosão das palavras, no silêncio do sentir.

Beijo.

Gabriel Gómez disse...

Obrigado a todos...!
Hoje entrou um novo comentário de Eduardo Ribeiro (no poema "Um dia como tantos outros") que disse num trecho: "gostaria de ser "adubo da sua alma" por ser este um 'bálsamo para a alma'... Existe melhor poesia que este adubo?
Para os olhos que vêem de perto o além, (viu, Cassandra?), para os que "roubam' um pedaço dele e já faz sentido (viu, regininha?) e até para os que anonimamente carregam mais silêncio a minha poesia...
A todos, novamente obrigado todos os dias!

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