... Apenas suspeito que ela não exista... Ou suspeito só de mim. Escuto a voz de uma das tantas mulheres que a compõem e não sei o que digo mais. A fome do seu corpo me mantém acordado. E se ilumina.
Laura! Como a melodia de Charlie Parker... Notas longas do repentino jazz da tua respiração. A trilha perfeita que incendiaria o resto... E me ocorre sentir-me a partitura esquecida pelo teu improviso. E assim mesmo reconheço a melodia. Lenta, quase poesia, recuada na intempérie do lençol.
Laura! Quem deixa a marca de batom e bebe meu café? Quem oferece seu corpo para completá-lo? Quem agradece as flores que recebe na carne? Quem ri enquanto invado limites? Quem me abraça sem tocarme? Quem está junto quando estou só? O beijo se perde na sua boca e a palavra dilui. Onde guardo sua maneira de não estar? Desaparece, mas volta; sou o lugar onde acende.
Sim, meus olhos vestidos pulam no corpo nu e desarmado. Seus pés não tocam o chão e pretendem voar sem suas mãos. Então floresce.
Laura! Como a melodia de Charlie Parker... Notas longas do repentino jazz da tua respiração. A trilha perfeita que incendiaria o resto... E me ocorre sentir-me a partitura esquecida pelo teu improviso. E assim mesmo reconheço a melodia. Lenta, quase poesia, recuada na intempérie do lençol.
Laura! Quem deixa a marca de batom e bebe meu café? Quem oferece seu corpo para completá-lo? Quem agradece as flores que recebe na carne? Quem ri enquanto invado limites? Quem me abraça sem tocarme? Quem está junto quando estou só? O beijo se perde na sua boca e a palavra dilui. Onde guardo sua maneira de não estar? Desaparece, mas volta; sou o lugar onde acende.
Sim, meus olhos vestidos pulam no corpo nu e desarmado. Seus pés não tocam o chão e pretendem voar sem suas mãos. Então floresce.
Como reconhecer quando passamos a fronteira pela procura da volúpia? Quando saiu do papel e desvaneceu para os outros? Como se transforma em realidade? E assim como no poema: seu nome me delata. Dói-me uma mulher no corpo todo.
Apenas suspeito que ela não exista... Os espelhos refletem agora seu sigilo, distraidamente. E não sei se ela continua refletida quando eu não me olho... Arrebata-me a pequena eternidade que mora na espera de cada véu que tiro e esconde. Remédio certo na poção errada. Nossa verdade foge às palavras. É inominável nossa mentira. E os ouvidos inventam, fabricam lembranças.
Ela é só parte do silêncio que revela o céu azul da sua voz e tem o perfume do que é.
As velas agora se apagaram... Algumas coisas precisam ser acreditadas para, finalmente, serem vistas.
Só contei a metade da história. Só pendurei as medalhas que não ganhei. Porém, eu vi Laura beijar-me os lábios e chorar.
Apenas suspeito que ela não exista... Os espelhos refletem agora seu sigilo, distraidamente. E não sei se ela continua refletida quando eu não me olho... Arrebata-me a pequena eternidade que mora na espera de cada véu que tiro e esconde. Remédio certo na poção errada. Nossa verdade foge às palavras. É inominável nossa mentira. E os ouvidos inventam, fabricam lembranças.
Ela é só parte do silêncio que revela o céu azul da sua voz e tem o perfume do que é.
As velas agora se apagaram... Algumas coisas precisam ser acreditadas para, finalmente, serem vistas.
Só contei a metade da história. Só pendurei as medalhas que não ganhei. Porém, eu vi Laura beijar-me os lábios e chorar.
(Trecho do meu conto "Erótico")
2 comentários:
conheço de algum lugar, hehehe...
Sei... Mas para que fique claro para quem lê, já que é erótico, estamos falando de literatura....hehehe.
Mas uma coisa que acredito que vai gostar: na margem esquerda, lá embaixo, coloquei um setor de autores, notícias e obras lidas pelo próprio autor... Está em espanhol, mas vale a pena.
Beijo amiguinha.
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