Tango fango
Pernas pintam
movimentos de tango.
Que dialogam, acossam,
como duas vozes laçadas,
como duas cores, camadas...
Descalças pinceladas.
Já dancei muitas vozes,
muitas com silêncios e sombras.
E encontrei no silêncio, as dobras
dos passos
compassos confessos.
Ouvir-me
como quem ouve a chuva
que cai,
desaba
com fisionomia
menos dura
Mas tenho sujos os pés
de tantos sonhos pisados
que desbordam, sem anuncio,
sem rumo, abafados,
quase me tango
no ar que danço,
barro fango de mim.
Pintar nossa dança, nossa aldeia
e a voz
estreita laços e pulsos.
Ilumina, canta.
Dançar sem música,
pintar sem cores, sem nada.
Diluir-me nas coisas.
Esvaziar-me.
Transparecer
até parecer
céu...
Então,
meu silêncio
da falta de silêncio,
será a fresa da pausa,
dos pássaros sem asas,
dos lázaros que não andam
E
É no som que não ouvimos.
E
nas formas que não estamos,
que meu passo sangra tinta.
Coração de tango.
Com razão,
meus braços couraça
o frágil
olhar que me lágrima.
Sua arte me expõe.
Seu traço me traça.
E o tango fango termina.
E ficamos, quietos, mãos juntas
no silêncio
que não lê.
Do som
que não palavra.
Da cor
que não pinta.
Do corpo
que já não dança.
Se por um lado nos afunda,
pelo outro, também grita:
Levanta-te e
anda!
Pernas pintam
movimentos de tango.
Que dialogam, acossam,
como duas vozes laçadas,
como duas cores, camadas...
Descalças pinceladas.
Já dancei muitas vozes,
muitas com silêncios e sombras.
E encontrei no silêncio, as dobras
dos passos
compassos confessos.
Ouvir-me
como quem ouve a chuva
que cai,
desaba
com fisionomia
menos dura
Mas tenho sujos os pés
de tantos sonhos pisados
que desbordam, sem anuncio,
sem rumo, abafados,
quase me tango
no ar que danço,
barro fango de mim.
Pintar nossa dança, nossa aldeia
e a voz
estreita laços e pulsos.
Ilumina, canta.
Dançar sem música,
pintar sem cores, sem nada.
Diluir-me nas coisas.
Esvaziar-me.
Transparecer
até parecer
céu...
Então,
meu silêncio
da falta de silêncio,
será a fresa da pausa,
dos pássaros sem asas,
dos lázaros que não andam
E
É no som que não ouvimos.
E
nas formas que não estamos,
que meu passo sangra tinta.
Coração de tango.
Com razão,
meus braços couraça
o frágil
olhar que me lágrima.
Sua arte me expõe.
Seu traço me traça.
E o tango fango termina.
E ficamos, quietos, mãos juntas
no silêncio
que não lê.
Do som
que não palavra.
Da cor
que não pinta.
Do corpo
que já não dança.
Se por um lado nos afunda,
pelo outro, também grita:
Levanta-te e
anda!
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