
Mudo sempre minhas balizas. Transbordo de todas elas. Embora existam limites que não queiram reconhecer novas conquistas, levam tempo para sair de nós, esquecer-nos. Ficam que nem carrapatos abocados na carne, colados nos corpos, com a obsessão da perda, da queda, do estrago. Entre o cheio e o vácuo, o repleto e a nada. Outros fazem parte dos pedaços que perdemos e não juntamos, vão e voltam trazendo outros, e demoramos em reconhecer que alguma vez foram nossos. Sem saber, vamos cunhando novas formas ainda não criadas na menção, reveladas apenas na muda visibilidade do silêncio.
Do livro Borges e outras ficções
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