ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Cartas e diários (2)

Tenho um exemplar do livro "Cartas perto do coração" dedicado e assinado pelo escritor Fernando Sabino e outro por Clarice Lispector. A obra engloba a correspondência mantida entre eles, no período de 1946 a 1969, e retrata a paixão pela literatura, suas dúvidas, amor e reflexões. Intimidades de jovens escritores em inicio de carreira. Cartas que revelam uma amizade de confidências e os desafios do destino comum.Adicionar imagem
Clarice Lispector: “Passo o tempo todo pensando – não raciocinando, não meditando – mas pensando, pensando sem parar. E aprendendo, não sei o quê, mas aprendendo”.
“Não trabalho mais, Fernando. Passo os dias procurando enganar minha angústia e procurando não fazer horror a mim mesma”.
Fernando Sabino: “A arte não nos satisfaz porque não passa disso: é o testemunho de nós mesmos”. “Estou fuçando vago, e ultimamente ando cada vez mais tolerante com a vaguidão das palavras”.
Clarice não deixa de ser muito rude consigo: “Estou vendo que não disse nada, que não é nada disso, e estou vendo que estou bastante perdidinha. Estou sempre errando”, torturava-se. Fernando Sabino não ficava atrás: “Tudo o que tenho feito cada vez corresponde menos ao que eu queria fazer”.
O falso romantismo da criação dá lugar a fragilidades, ao doloroso processo que a envolve.

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