O escritor argentino Macedonio Fernández (1874-1952), autor de uma original (muitas vezes inclassificável) e complexa obra, escreve para seu amigo e admirador Jorge Luis Borges, em 1922: “Tem que me desculpar não ter ido ontem à noite. Sou tão distraído que ia para lá e no caminho lembrei que tinha ficado em casa. Estas distrações frequentes são uma vergonha e esqueço de ter vergonha também. Estou preocupado com a carta que ontem concluí e selei para você; como te encontrei antes de mandá-la, tive o aturdimento de rasgar o envelope e pô-la no teu bolso: outra carta que por falta de endereço teria se extraviado. Muitas de minhas cartas no chegam, porque omito o envelope ou os selos ou o texto. Isto me deixa tão cansado que rogaria que viesse ler minha correspondência em casa.”
Muitos escritos foram abandonados ou perdidos nas inúmeras mudanças e andanças de Macedonio pela boemia de Buenos Aires. Borges o considerava um ótimo e original pensador, se orgulhava ser seu amigo e “tê-lo visto viver”, mas acreditava que não conseguia ser tão eficiente na escrita como na sua conversa sobre literatura, filosofia, especulações metafísicas e as virtudes da meditação solitária. Escreveu muito, publicou pouco, por considerá-lo eventual.
E assim como o identifica o prólogo da sua obra “Museo de la novela de la eterna”, Macedonio é: “Comparável ao diretor da orquestra, anônimo e dando as costas ao publico”.
Muitos escritos foram abandonados ou perdidos nas inúmeras mudanças e andanças de Macedonio pela boemia de Buenos Aires. Borges o considerava um ótimo e original pensador, se orgulhava ser seu amigo e “tê-lo visto viver”, mas acreditava que não conseguia ser tão eficiente na escrita como na sua conversa sobre literatura, filosofia, especulações metafísicas e as virtudes da meditação solitária. Escreveu muito, publicou pouco, por considerá-lo eventual.
E assim como o identifica o prólogo da sua obra “Museo de la novela de la eterna”, Macedonio é: “Comparável ao diretor da orquestra, anônimo e dando as costas ao publico”.
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