ESCRITOS DO GABRIEL

(Tentar que nossas palavras sejam, através de nós ou, quiçá, apesar de nós.
Meus textos, meus rascunhos com erros... )



"Então, um dia comecei a escrever, sem saber que estava me escravizando para o resto da vida a um senhor nobre, mas impiedoso. Quando Deus nos dá um dom, também dá um chicote – e esse chicote se destina exclusivamente à nossa autoflagelação."

Introdução do livro Música para Camaleões, de Truman Capote.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Borges e seu "John Thomas" no banheiro

Na última viagem a Buenos Aires tive vários encontros com o amigo, jornalista e escritor Esteban Peicovich.
Falamos do tempo que era correspondente na Espanha dos mais famosos jornais da Argentina, dos diversos livros publicados, das históricas reportagens com Perón, Anthony Burgess e claro, Jorge Luis Borges. E é justamente dele a passagem mais curiosa e absurda de uma das tantas reportagens que fez ao escritor argentino. (Na foto, Esteban Peicovich e Borges caminhando por Buenos Aires).
Esteban conta que começando já a gravar, Borges (cego) lhe pede que, por favor, o ajude a ir até o banheiro. O detalhe é que a gravação não para, e ele o conduz do braço, colocando-o de frente ao vaso sanitário. Assegura sua bengala, dá um passo para trás e fica na assistência... Quando acontece o seguinte diálogo (gravado, inédito, e que eu tenho a felicidade de ter no meu arquivo em MP3, e não sei como colocar isso aqui no Blog...)


- Sabe - pergunta Borges, começando a urinar – não falamos ontem de John Thomas?
- Como disse? - Pergunta Esteban – não sei, acredito ter ouvido algo sobre esse autor, mas...
- Ahhh – replica Borges – Não sabe quem é John Thomas? Pois é o nome coloquial do ca.... em inglês. E Lady Jane é da bu... (Nota: em espanhol Borges falou “Pija”, que é uma gíria bastante vulgar do pênis...). John Thomas and Lady Jane... John a secas não teria graça. Mas John Thomas sim. Por isso ninguém se chama John Thomas na Inglaterra. Que curioso, não? É o nome que queria colocar Lawrence ao amante de Lady Chatterley... – finaliza.
Quem conhece seu jeito formal, oratória polida e intelectual, custa acreditar nisto...
Na gravação que tenho se escutam gargalhadas no meio da conversa... Se alguém sabe como colocar este arquivo aqui, me disse, que divido esta curiosidade “erótica” e desconhecida do Guru da literatura Argentina.

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