Palavras são tentativas de aprisionar idéias, colocar balizas, extrema de letras e som, confinando aquilo que pensamos definir, (de) limitar conceitos. Aquelas que não conseguimos pronunciar, as não ditas, se acumulam no corpo como finos cristais quebrados, sutis armaduras de cacos que aumentam o volume. Outras, como simples vidros, são páginas transparentes que se antepõem a tudo. E ainda que pareça grande por fora, se apequena por dentro. A pele se eriça, incapaz de reconstruir-se. O limite acumula fantasmas, rastros e ilusões. O tempo passa por ele com marcas. Os objetos não, ficam estacionados, ocupando o lugar da emoção. O corpo se arrepende, paralisa, nutre-se do nada.
As coisas se enganam, pensam que são outras, quebrando-se aos pouquinhos, mas permanecem nelas, iguais, as mesmas delas mesmas, com capacidade de ressurreição. Reordenam-se, e reaparecem quando são chamadas. Limites são desafios, afrontas, inexatidões. Provocam confusão e nem todos são suaves ao gosto. Ou não existem e estão ao ponto extremo de florescer. Quando não reconhecidos, esbarram, tropeçam nos outros, provocam dor. Devemos a eles nossas sombras, que também são intervalos mal projetados. Alongados ou pequenos nas formas, irreconhecíveis, fugindo da luz, embora se alimentando dela. Nossos contornos se desfiguram em outra figura. Queremos recobrá-los, tortos, mutáveis, irreversíveis. Assim como formas que alcançam um espaço à força de tanto imaginar. E os espelhos reclamam o direito pela exclusividade da imagem, sofrendo raras histerias.
As coisas se enganam, pensam que são outras, quebrando-se aos pouquinhos, mas permanecem nelas, iguais, as mesmas delas mesmas, com capacidade de ressurreição. Reordenam-se, e reaparecem quando são chamadas. Limites são desafios, afrontas, inexatidões. Provocam confusão e nem todos são suaves ao gosto. Ou não existem e estão ao ponto extremo de florescer. Quando não reconhecidos, esbarram, tropeçam nos outros, provocam dor. Devemos a eles nossas sombras, que também são intervalos mal projetados. Alongados ou pequenos nas formas, irreconhecíveis, fugindo da luz, embora se alimentando dela. Nossos contornos se desfiguram em outra figura. Queremos recobrá-los, tortos, mutáveis, irreversíveis. Assim como formas que alcançam um espaço à força de tanto imaginar. E os espelhos reclamam o direito pela exclusividade da imagem, sofrendo raras histerias.
2 comentários:
Retribuindo tamanha visita onde agradeço o carinhoso comentário.
Eu, Simplesmente Outono.
Ou seja, estamos de portas e blogs abertos... Obrigado também. Apareça sempre(smente).
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